15/04/2010 - 09h03

Com Mundial sem popularidade, África do Sul vê encalhe nos hotéis

Da Folhapress
Em São Paulo

O primeiro Mundial em solo africano caminha para um fracasso de popularidade. Um dos principais termômetros para medir o interesse da competição está gelado. A agência Match, credenciada pela Fifa para oferecer pacotes de hospedagem para os turistas, acaba de devolver 300 mil noites de hotel que não conseguiu comercializar.

Agora, das 1,9 milhão de noites que havia reservado inicialmente, a Match prossegue com apenas 600 mil, num sinal claro que a previsão inicial de 500 mil turistas estrangeiros é hoje apenas uma miragem.

A África do Sul vai comemorar se 250 mil forasteiros visitarem o país durante a Copa, que começa daqui a menos de dois meses (11 de junho).

A maioria dos quartos devolvidos pela Match são de hotéis três, quatro e cinco estrelas e ficam perto dos estádios. Justamente as camas mais desejadas quando a organização sonhava que a Copa do Mundo seria um sucesso de público internacional.

A agência também não conseguiu comercializar os caros hotéis que tinha reservado no parque Kruger, um dos principais pontos de safáris e que serviria de base para quem não quisesse gastar todo o seu tempo nas sedes do Mundial.

Segundo Brett Dongan, diretor executivo do setor hoteleiro da África do Sul, a devolução feita pela Match é decepcionante. Para ele, o momento é de trazer o maior número de visitantes a preços razoáveis.

O valor cobrado pelos sul-africanos por passagens aéreas e quartos de hotéis é o vilão da fuga de estrangeiros. Quartos que geralmente valem US$ 100 por uma noite estavam sendo vendidos para a Copa por US$ 500.

O recuo da Match não foi o único sinal negativo recebido nesta quinta-feira pelos sul-africanos. Ao dar detalhes sobre a venda de ingressos em bilheterias, a partir de sexta, a Fifa disse que ainda existem ingressos disponíveis para a final. Antes, a entidade dizia que a decisão já tinha lotação esgotada.

São mais de 500 mil entradas à venda da forma que a África do Sul diz ser melhor para os costumes locais. E, para isso, a Fifa terá até de abrir mão de uma de suas convicções -não aceitar dinheiro vivo para a compra de ingressos.

Com baixa renda e dificuldade no acesso a serviços bancários, os sul-africanos têm como hábito sempre pagar em espécie os jogos de futebol. Mesmo com preços camaradas para os padrões internacionais (os sul-africanos podem pagar menos de R$ 35 por uma entrada), o valor dos ingressos para o Mundial está muitas vezes acima de outros eventos no país.

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