De mãos atadas, África do Sul lamenta preços elevados da Copa

Exageros nos custos da Copa do Mundo para o torcedor, especialmente nas passagens aéreas, têm irritado o Comitê Organizador e a Fifa. Após ressaltar a importância do controle da “inflação”, a organização do evento se vê de mãos atadas em relação ao assunto, por se tratar de um conjunto de interesses privados que vai além das fronteiras.

“Nós ficamos sabendo [dos preços abusivos] pela mídia, e levamos para investigação. A gente tem esse compromisso, e estamos analisando. O problema é que você está em um evento internacional”, disse Thokosile Xasa, vice-ministra de Turismo da África do Sul, que esteve em São Paulo na última terça-feira para um evento de promoção da Copa.

A empresa mais cercada de acusações é a South African Airways, principal companhia aérea do país-sede do Mundial, que opera grande parte dos voos relacionados ao evento. Além dela, hotéis, restaurantes e outros estabelecimentos sul-africanos também estariam se preparando para um aumento considerável.

“Todas as empresas são benvindas. Agora, queremos que elas ajam com responsabilidade. Existe um aumento natural, mas ele tem de ser razoável”, disse Xasa.

Antes do início das denúncias, a organização já havia se pronunciado contrária ao abuso de preços. Além de afastar turistas da competição, a prática ainda vai contra os princípios de Copa democrática pregados pela Fifa. Recentemente, o país reduziu sua meta de visitantes no período de 400 mil para pouco mais de 300 mil.