Perueiros sul-africanos lideram onda de greve que pode atrapalhar Copa

A ampliação de um corredor de ônibus em Johanesburgo revoltou os perueiros da principal sede da Copa do Mundo na África do Sul, que na segunda-feira pararam os trabalhos e deixaram muita gente sem transporte para ir trabalhar. Durante as manifestações, dez pessoas foram presas por tentar depredar os ônibus.

De acordo com o correspondente Fabio Zanini, do jornal Folha de S. Paulo, estabelecimentos como lojas e bancos fecharam as portas por falta de funcionários em decorrência da greve. Os transportadores autônomos temem ficar sem oportunidade com o novo sistema de ônibus que visa desafogar o trânsito da cidade.

"Nossa atividade dá emprego a motoristas, mecânicos, frentistas e outros. Devido à Copa, o governo quer acabar com tudo. Por isso, não queremos estrangeiros aqui", declarou o motorista Mphempheni à Folha. Um colega seu, mais exaltado, chegou a ameaçar depredar o estádio Soccer City, local da abertura e da final da Copa.

Outra situação preocupante para os organizadores é a ameaça da principal central sindical do país, a Cosatu, que cogita uma série de paralisações devido ao aumento de 25% na tarifa de energia elétrica. "Não estamos em greve em razão da Copa, mas não vamos deixar de entrar em greve por causa dela”, disse o porta-voz Patrick Craven.