Fracasso italiano na Copa envolve vovôs, lesões e a Inter de Milão

A campeã do mundo está voltando mais cedo para casa. Dois empates, contra Paraguai e Nova Zelândia, e uma derrota, para a Eslováquia, são o saldo de Cannavaro, Buffon & Cia. na África do Sul. Pode parecer surpreendente, mas quem olhar um pouco mais de perto para a Itália vê que a tragédia não estava tão longe assim. Time veterano, lesões e até a Inter de Milão são culpados.

Um time de vovôs

Ezra Shaw / Getty Images

Quem olha para a escalação da Itália na Copa do Mundo vê um time de veteranos. Cannavaro é o principal deles. O capitão italiano tem 36 anos e a idade pesou. Ele chegou à Copa do Mundo sem clube, dispensado pela Juventus, e esteve muito longe do jogador que brilhou em 2006. Além disso, a base da equipe é de "trintões": Zambrotta (33), Gattuso (32), Di Natale (32), Iaquinta (30). Sem contar Camoranesi (33) e os dois contundidos. Pirlo, que só entrou em campo aos 11 minutos do 2º tempo contra a Eslováquia, tem 31 anos. Buffon, que só jogou o 1º tempo da estreia, contra o Paraguai tem, 32.


Renovação no papel

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Marcello Lippi até tentou, mas não conseguiu dar uma cara mais jovem ao time. Até convocou jogadores novos, como Marchisio (24), Montolivo (25), Criscito (23) ou Pazzini (25), ou nomes com menos experiência com a camisa italiana, como Pepe (26). Nenhum deles, porém, conseguiu assumir um papel de protagonista na seleção. Pepe, Criscito e Montolivo até foram titulares, mas o peso de carregar o time caiu nos ombros dos veteranos, que não corresponderam. Jogadores que poderiam ajudar, como Balotelli, da Inter de Milão, nem mesmo foram cogitados.


Jogadores-chave baleados

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Se o time já não era aquela maravilha, o conjunto poderia ter feito a diferença. Duas lesões, no entanto, acabaram até com essa força. Buffon saiu do time logo no primeiro tempo da estreia, contra o Paraguai. E a defesa sentiu a falta de seu goleiro titular. A principal ausência, porém, foi Pirlo. O volante era a única fonte de criatividade no meio-campo italiano. Mas jogou menos de 45 minutos na competição. Lippi o manteve no grupo mesmo machucado e sonhava com sua recuperação plena nas oitavas de final. Mas não deu tempo.


Lippi vai e volta

AFP PHOTO / GIANLUIGI GUERCIA

Lippi foi campeão em 2006, mas deixou a seleção. Donadoni assumiu e o time campeão do mundo implodiu. Durou até o vexame da Eurocopa, com a eliminação na primeira fase. Então, Lippi foi convocado para tentar salvar os campeões. Não conseguiu montar um elenco forte. Tentou incluir jovens jogadores, mas nenhum deles correspondeu. E os veteranos também não passavam por bom momento. Prova de como a situação era ruim foi a tentativa da volta de Nesta e a campanha pela convocação de Totti ou Cassano. Até a ausência de Grosso, Toni e até do brasileiro naturalizado Amauri viraram polêmica.


Campeonato globalizado

Toby Melville/Reuters

O principal motivo para a queda italiana, no entanto, deve ser o sucesso de seus clubes. A Inter conquistou a Liga dos Campeões, mas sem italianos. Na final, por exemplo, só um jogador nascido no país foi utilizado, Materazzi, no fim do jogo. Além disso, a maioria das estrelas do torneio nacional não defendem a Azzurra. O vice-artilheiro foi Diego Milito, argentino. Snejder é holandês. Julio Cesar, Maicon e Lúcio são brasileiros, assim como outros astros do Calcio, Ronaldinho e Alexandre Pato, do Milan. Hamsik, do Napoli, é da algoz Eslováquia. Totti, como já foi dito, foi ignorado por Lippi. Só sobrou Di Natale, artilheiro do campeonato, que jogou mal na África do Sul.


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