O atual fracasso francês na Copa do Mundo não pode ser considerado uma surpresa tão grande assim. A seleção campeã mundial de 1998 conseguiu a vaga para a Copa da África do Sul só na repescagem (e com aquele polêmico gol com passe de mão....), perdeu até para a China durante os amistosos preparatórios e não é segredo que nem os atuais jogadores da equipe levam o treinador Raymond Domenech muito a sério. No Mundial 2010, dois jogos, nenhum gol marcado, dois sofridos e última colocada do Grupo A. Como explicar o desastre francês?
Raymond Domenech decepcionou na convocação quando esqueceu o veterano meia Patrick Vieira (foto) e o goleador Karim Benzema, atacante do Real Madrid e uma das revelações do futebol francês. Quando soube do corte, Vieira, campeão mundial em 98, desabafou: "Eu esperava um pouco mais de franqueza. Sempre tive boas relações com Domenech e, levando em conta meu número de convocações e de anos pela equipe da França, teria preferido que ele me dissesse na cara 'você não tem mais o nível, há jogadores mais jovens que são melhores que você."
A França joga no 4-4-2 ou no 4-3-2-1, mas Domenech não sabe escolher os jogadores corretos para cada posição. Contra o México, com o 4-3-2-1, o treinador optou pelo preguiçoso Anelka (foto) para jogar sozinho no ataque. Gouvou, que não tem perícia para conduzir a bola do meio-de-campo ao ataque, era o responsável por municiar Anelka. Ribery, sem referência, ficou perdido entre a entrada da grande área e as laterais do campo. Devia estar se questionando: "Por que Henry não está aqui?"
Tudo bem, ele foi responsável por ter dado um passe com a mão para Gallas marcar o gol que garantiu a classificação da França em partida contra a Irlanda, pela repescagem das eliminatórias européias. O atacante ficou triste, pediu desculpas inúmeras vezes e até sugeriu a realização de um novo jogo. Mas Domenech resolveu puni-lo com o banco de reservas. Não participou da derrota para o México e só entrou no final durante o empate contra o Uruguai. Sem Henry, a França perdeu sua referência mais importante do setor ofensivo.
No banco de reservas, além do atacante Henry, Domenech tinha à sua disposição o habilidoso Djibril Cissé e o meia Yoann Gourcuff, conhecido como o "pequeno Zidane" pelo seu dribles e fácil domínio de bola. Mas quando a situação complicou na partida contra o México, o treinador francês resolveu colocar em campo dois atletas sem nenhuma experiência: André-Pierre Gignac (foto) e Mathieu Valbuena. Os dois foram para o jogo tremendo, não acertaram uma única bola e sairam de cabeça baixa.
Famoso por suas idiossincrasias (adora, por exemplo, avaliar o mapa astral dos jogadores antes de escalá-los), Domenech chegou à África do Sul desacreditado, cuspindo arrogância e "demitido" (Laurent Blanc já acertou com a Federação Francesa de Futebol para assumir o cargo após a Copa de 2010). Um dias antes da derrota para o México, Domenech disse: "Não me importa em nada do que a imprensa e o mundo dizem. Está tudo planejado". Traduzindo: está tudo mal planejado.
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