África derrapa nos gramados, mas surpreende na segurança e nas estradas

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)


Depois de um mês de bola rolando, a África do Sul terminou no último domingo sua empreitada para realizar uma Copa do Mundo satisfatória e fazer bonito na primeira vez do torneio em continente africano. O balanço da organização foi positivo. As falhas atrapalharam, mas não mancharam o evento. Confira os principais destaques.

Segurança

Clive Mason/Getty Images

Positivo: a preocupação pré-Copa foi muito maior do que os problemas que aconteceram. E poucos problemas, considerando a desigualdade social e os índices de violência da África do Sul.

Negativo: as revistas nos estádios se mostraram pouco rígidas e incapazes de impedir ações mais graves que, por sorte, não ocorreram. Roubos em hotéis e malas arrombadas foram recorrentes.


Transporte

Alexandre Sinato/UOL

Positivo: as rodovias da África do Sul são de primeiro mundo. Quem se deslocou entre as sedes da Copa de carro encontrou estradas em ótimas condições, pedágios baratos e postos de serviços bem localizados.

Negativo: as poucas empresas aéreas sul-africanas não suportaram a demanda. Faltaram voos domésticos. E o aeroporto de Durban não suportou o volume de chegadas no dia da semi entre Alemanha e Espanha. Resultado: centenas de passageiros com ingressos perderam o jogo. O transporte público foi deficiente em Johanesburgo.


Estádios

Yasuyoshi Chiba/AFP

Positivo: a África do Sul surpreendeu na qualidade das arenas, principalmente nas construídas especialmente para a Copa. São modernas, funcionais e bonitas. Se bem cuidadas, serão úteis para o esporte no país.

Negativo: gramados sofríveis irritaram a Fifa e as seleções. Muitos treinos de reconhecimento foram cancelados. E jogos importantes, como a eliminação do Brasil diante da Holanda, em Durban, tiveram cenas com tufos de grama se soltando.


Serviços

Bruno Freitas/UOL

Positivo: o custo de vida na África do Sul é barato para estrangeiros e permitiu que turistas planejassem uma Copa do Mundo gastando menos do que se gasta na Europa, continente que mais recebeu o torneio.

Negativo: o dia na África do Sul "acaba" às 22h. Encontrar estabelecimentos abertos depois desse horário foi uma saga, mesmo nos dias com jogos noturnos. E pontualidade não é o forte dos sul-africanos.


Hospitalidade/Povo

Siphiwe Sibeko/Reuters

Positivo: o povo sul-africano foi o diferencial positivo da Copa. O envolvimento foi maior que em outros torneios, segundo a Fifa. As pessoas se mostraram não só dispostas a ajudar, como fizeram questão de contribuir com pequenos gestos para resolver problemas alheios.

Negativo: a vuvuzela faz parte da cultura sul-africana e merece seu respeito, mas o barulho exagerado tirou a identidade das torcidas durante a Copa. A arquibancada deixou de ser um termômetro dos jogos. O som foi sempre o mesmo. A corneta foi bastante criticada.


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