Copa dos copos: objeto vira moda, é catado no lixo e até revendido em trem

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Pedro Ivo Almeida/UOL

    Copos personalizados viraram febre nos jogos da Copa, inclusive na final entre Alemanha e Argentina

    Copos personalizados viraram febre nos jogos da Copa, inclusive na final entre Alemanha e Argentina

Durante 32 dias, a taça da Copa do Mundo foi o principal objeto de desejo das seleções que vieram ao Brasil para mais um Mundial. Dentro de campo, jogadores, técnicos e estafes das equipes trabalhavam pelo objetivo, conquistado no último domingo pela Alemanha.

Fora das quatro linhas, mais precisamente nas arquibancadas, outro objeto era cobiçado por praticamente todos aqueles que acompanhavam os jogos nos 12 estádios espalhados pelo país: um copo. Ou melhor, três copos – um de refrigerante e outros dois de cerveja.

Na chamada "Copa das Copas", o termo poderia muito bem ser substituído por "Copa dos Copos". Artigos promocionais de Coca-cola, Brahma e Budweiser se tornaram febre e eram disputados a cada jogo por todos que queriam guardar uma lembrança do Mundial.

Personalizados e com preços entre R$ 8 e R$ 13, eles carregavam as bandeiras das seleções – na fase de grupos – ou o nome da etapa em disputa: oitavas, quartas, semi e final.

E quem desejava a sua lembrança precisava ser rápido. Em vários jogos, os objetos já não eram mais encontrados no segundo tempo das partidas. Com torcedores comprando mais de um volume, muitos acabavam. E tal situação gerava uma cena curiosa. Frequentemente, espectadores, voluntários, seguranças e integrantes da equipe de limpeza eram vistos catando copos no lixo após o apito final.

"Tenho que pegar pra esposa, filho, amigo. E ainda dá para vender alguns", brincou o voluntário César Coelho.

A cena relatada por César foi verificada pela reportagem nos trens e metrôs do Rio de Janeiro. Voluntários e outras pessoas que trabalhavam no Maracanã comercializavam os copos com gringos e pessoas que não conseguiram ir aos jogos. Os preços chegavam a R$ 40.

"É uma maneira de guardar algo da Copa, mesmo sem conseguir ir aos estádios. Achei legal demais. Levei dois para casa. Queria ver se arranjava um da final, mas só vou saber na segunda, quando estiver indo para o trabalho. Tomara que alguém venda de novo", disse a empregada doméstica Irene da Silveira.

Pedro Ivo Almeida/UOL
Voluntária exibe copos que servirá como recordação da final da Copa do Mundo

No último domingo, na decisão entre Alemanha e Argentina, a busca parecia ser ainda maior. Antes mesmo da bola rolar, bares e pontos de venda de bebidas já não tinham mais os copos personalizados.

"Hoje [domingo] foi uma loucura. O povo bebeu bastante e comprou muito rápido. Até tivemos uma quantidade boa, mas não deu conta", relatou Elisângela Moreira, que trabalhava em um dos bares do anel superior do estádio.

A moda também pegou entre os jornalistas. Na manhã de domingo, um fotógrafo chinês comprou 27 copos de uma vez na cantina do centro de imprensa. A cena chamou a atenção de repórteres e funcionários.

Era apenas mais um retrato da "Copa dos copos", onde guardar a lembrança relativamente barata estava entre as atrações dos 64 jogos disputados no Brasil.

Pedro Ivo Almeida/UOL
Imagens de pilhas de copos promocionais eram comuns nos estádios da Copa

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