Jogo do desprezo vale para Felipão defender tese de "nova Alemanha"

Gustavo Franceschini e Paulo Passos

Do UOL, em Brasília (DF)

Brasil e Holanda não escondem que não gostariam de estar jogando neste sábado, a partir das 17h, no Mané Garrincha, em Brasília. A decisão de terceiro e quarto é desprezada pelas torcidas e, no caso da seleção holandesa, até pelo técnico Louis van Gaal.
 
"Acho que esse jogo nunca deveria ser jogado. Digo isso há 10 anos, mas, enfim, vamos ter de jogar. É injusto também porque temos um dia a menos para nos recuperar em relação ao Brasil, isso não é fair play. Não são condições justas de jogo, mas o pior de tudo é que você tem a possibilidade de perder duas vezes seguidas", admite Van Gaal. 

Seu rival, porém, não pensa da mesma maneira. Ainda com futuro indefinido na seleção, Luiz Felipe Scolari usa o jogo contra a Holanda para defender a tese de que o Brasil fez uma boa Copa do Mundo e que uma "pane", como ele mesmo definiu, levou o time perder o jogo contra a Alemanha. Desde a derrota, o técnico tem usado o exemplo do algoz como modelo a ser seguido.

Jogando em casa em 2006, a Alemanha perdeu nas semifinais para a Itália e venceu a disputa de terceiro e quarto contra Portugal, que tinha Scolari como técnico. O terceiro lugar foi festejado pelos alemães.

Além de querer apoio do público em caso de um terceiro lugar, Felipão defende que a Copa do Mundo deste ano servirá para dar experiência aos seus jogadores, como ocorreu com a Alemanha que está na final. Cinco jogadores de peso da atual equipe estavam na seleção há oito anos, quando o país sediou a Copa do Mundo.

Na ocasião, Jurgen Klinsmann chegou ao torneio com uma equipe desacreditada, em reformulação, que acabou surpreendendo positivamente. Ancorada nos veteranos Jens Lehmann, Michael Ballack e Torsten Frings, a Alemanha que sonhou com o título em casa em 2006 foi apimentada pela base do time que hoje tenta a mesma taça no Brasil. Bastian Schweinsteiger, Phillip Lahm, Per Mertesacker, Miroslav Klose e Lukas Podolski, todos peças importantes do time comandado por Joachim Low.

"Chegar entre os quatro não é o fim do mundo como estão apregoando. Hoje temos seis jogadores que já tinham jogado Copas. Acredito que em 2018 tenhamos, 17, talvez. Serão esses jogadores, porém mais experientes", defende o técnico.
 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos