Grupo classifica Copa como "anti-gay" e pede ações contra a homofobia
Da EFE
Em Los Angeles (EUA)
O GLAAD, grupo que defende a comunidade lésbica, gay, bissexual e transexual (LGBT) nos meios de comunicação, enviou nesta sexta-feira uma carta, assinada por mais de 25 organizações, pedindo que a Fifa promova ações para erradicar a homofobia nos estádios de futebol.
"Em um momento no qual mais pessoas que nunca no mundo todo amam o esporte do futebol, seu maior torneio, a Copa do Mundo, está começando a ser conhecida como um evento anti-gay", disse em comunicado Sarah Kate Ellis, presidente do GLAAD.
"As redes, os torcedores e os patrocinadores não querem ser associados com estádios cantando insultos contra as pessoas gays", acrescentou Ellis, que espera profundas mudanças por parte da Fifa antes das Copas na Rússia, em 2018, e Catar, em 2022.
O grupo sustenta que, nos jogos do Mundial do Brasil, os torcedores nos estádios e em suas casas, através das transmissões televisivas, podiam ouvir grupos que entoavam insultos anti-gays aos membros da equipe rival.
Após investigar uma denúncia apresentada pelo grupo Futebol Contra o Racismo na Europa (FARE, na sigla em inglês), a Fifa disse que o uso do insulto "puto", usado pela torcida do México, não era ofensivo no contexto de um jogo de futebol.
A expressão "puto" faz alusão de forma pejorativa aos homossexuais no México.
A próxima Copa do Mundo será realizada na Rússia, país que aprovou no ano passado uma série de leis que penalizam quem propaga mensagens sobre relações sexuais não tradicionais e castigam os que expressem na internet ou nas notícias uma opinião favorável aos gays.
A entidade indica, além disso, que a Copa de 2022 terá como sede o Catar, onde a comunidade gay pode ser presa por sua orientação sexual.
"O esporte é uma forma de unir as pessoas de todo o mundo. Permitir que o ódio seja parte das partidas vai contra o espírito dos torneios como a Copa do Mundo", concluiu Ellis.