Argentina defenderá supremacia da América do Sul; Alemanha, a fase europeia
Do UOL, em São Paulo
Alemanha e Argentina colocarão muito em jogo no próximo domingo, no Maracanã, quando decidirão a Copa de 2014. A seleção europeia tentará manter o domínio de seu continente na história recente do Mundial. Para isso, porém, eles terão de encerrar a supremacia dos sul-americanos quando atuam em casa.
Até hoje, todas as Copas disputadas na América do Sul foram vencidas por países do continente. Foi assim com em 1930 (Uruguai campeão em casa), 1950 (Uruguai campeão no Brasil), 1962 (Brasil campeão no Chile) e 1978 (Argentina campeã em casa).
Os sul-americanos ainda venceram as Copas de 1970 (Brasil campeão no México), 1986 (Argentina campeã no México), 1994 (Brasil campeão nos Estados Unidos) e 2002 (Brasil campeão na Coreia do Sul e do Japão). A hegemonia do continente era total em competições disputadas fora da Europa até 2010, na África do Sul, quando a Espanha ficou com a taça em decisão contra a Holanda.
A disputa da taça de 2010 é um símbolo de uma fase recente no futebol mundial. Desde a derrota da Alemanha para o Brasil na decisão de 2002, apenas países do Velho Continente chegaram a partidas finais de Copa (em 2006, a Itália bateu a França e ficou com o troféu).
E por que todos esses dados são importantes para a decisão da Copa de 2014? Porque tudo que aconteceu até o fim das semifinais tem relação direta com isso. A partida final do Mundial do Brasil será um embate entre o modelo de trabalho alemão e a força sul-americana.
Com exceção de 1950, quando os sul-americanos tiveram quatro vitórias, três empates e três derrotas em duelos com europeus, o desempenho dos times da América do Sul sempre foi superior a 50% dos pontos contra rivais do Velho Continente nas Copas disputadas por aqui.
Antes de enfrentar o Uruguai na Copa de 2014 (e perder por 1 a 0), o volante Pirlo, da Itália, deu uma medida disso. "[Os sul-americanos] estão mais acostumados. Na Copa passada, os embates foram favoráveis aos europeus. Agora, estão a favor deles", disse o meio-campista, que usou o calor como fator preponderante para essa análise.