Messi se isola como única estrela da Copa e terá duelo contra jogo coletivo

Do UOL, em São Paulo

Lionel Messi já era o único craque da Argentina. Agora, com Neymar fora de campo por até seis semanas, ele também virou a estrela solitária da Copa. A partir deste sábado, com sua equipe classificada para a semifinal ao bater a Bélgica por 1 a 0, o meia começará a travar duelos no estilo "um-contra-todos".

Isso porque, com exceção da Argentina, todas as seleções que restaram na competição estão confiando muito mais na força do futebol coletivo do que em seus talentos individuais. Marcação, troca de passes, paciência e tática talvez sejam as chaves para compensar a falta da genialidade nos times sobreviventes. Os hermanos são os únicos que ainda contam com alguém que pode, como se costuma dizer, desequilibrar uma partida.

A Bélgica, por exemplo, chegou ao jogo decisivo no Mané Garrincha confiando na sua tão aclamada ótima geração, cheia de jogadores de bom nível técnico, mas nenhum com a mesma importância de Messi. Acabou eliminada com a derrota de 1 a 0.

"Eu não gosto de depender de um único jogador, mas de um time inteiro", afirmou o técnico belga Marc Wilmots. "Temos 23 opções, um time inteiro, vários jogadores importantes. Essa é a nossa força."

Mas se o camisa 10 fizer o que dele se espera e ajudar a Argentina a avançar às semifinais, o adversário pode ser a Holanda, cuja boa campanha até aqui deve ser creditada muito mais à força do jogo coletivo e à experiência de seu técnico do que ao brilho individual de um craque só. Mesmo que Arjen Robben tenha sido até aqui um dos melhores atletas desta Copa, suas atuações não se destacam tanto das de seus companheiros.

Em uma hipotética final a que chegue a Argentina, Messi enfrentará Brasil ou Alemanha. Os germânicos talvez sejam a seleção que melhor define a força do jogo coletivo neste Mundial: o talento e a qualidade técnica ali estão distribuídos de maneira mais ou menos uniforme pelo time, e mesmo jogadores que brilharam individualmente no começo (como Thomas Müller) não têm sobressaído em relação à média do elenco.

No caso do Brasil, o brilho individual foi de repente apagado quando o colombiano Juan Camilo Zuñiga deu uma joelhada nas costas de Neymar e fraturou uma de suas vértebras. O camisa 10 brasileiro não estará recuperado a tempo de disputar outro jogo na Copa.

Os anfitriões agora, como a maioria de seus rivais, terão de se virar sem um craque em campo à disposição.

Só restou Messi, candidato a herói de um Mundial que perdeu algumas estrelas antes mesmo de começar, casos de Ibrahimovic, Bale (cujas seleções não se classificaram), Falcao Garcia (cortado por lesão) e outros que ficaram pelo caminho, como Iniesta, Balotelli e Cristiano Ronaldo.

E Messi não está decepcionando, pelo menos até aqui. Além de ter feito quatro importantes gols, foi dele a criação da jogada e a assistência para o gol de Di Maria que trouxe a Argentina às quartas de final depois de um duelo de 120 minutos com a Suíça.

Resta saber se ele, no meio de um time cheio de atletas sem brilho e em fase irregular, conseguirá carregar nas costas a Argentina à glória no Maracanã, no domingo que vem.  

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