Após derrota para o Brasil, colombianos ficam em retiro e frustram fãs

Luis Augusto Simon

Do UOL, em Cotia (SP)

  • Luis Augusto Simon/UOL

    Os colombianos Carlos, Lilia, Santiago e Karina foram dar adeus à seleção da Colômbia em Cotia

    Os colombianos Carlos, Lilia, Santiago e Karina foram dar adeus à seleção da Colômbia em Cotia

A família  Aguillar – Carlos e Lilia, Santiago e Karina – e uma equipe da TV Caracol eram as únicas testemunhas de que a Colômbia – a seleção que encantou o Brasil – ainda está alojada no Centro de Formação de Cotia. "As crianças queriam ver James Rodriguez e aqui estamos. Mas não vai adiantar nada", lamentava Carlos a Jaime Dinas, jornalista colombiano.

A concentração estava fechada ao meio dia. "Eles chegaram aqui de madrugada e estão dormindo até agora", disse um dos porteiros de Cotia. E a ordem era de continuar assim até a noite quando a delegação viajaria até Guarulhos para tomar o voo até Bogotá, às quatro da manhã.  "Lá, vai ser uma festa enorme. Haverá uma carreata de milhões que levará acompanhará os jogadores até o Parque Simón Bolivar, que é igual ao Ibirapuera de vocês. Depois, o presidente Juan Manuel Santos vai receber todo mundo", diz Dinas.

O policial responsável pela segurança do local disse, sem meias palavras e sem dar permissão para seu nome ser divulgado, que sua presença ali era desnecessária. "Isso aqui estava um cemitério. Ninguém passou por aqui, nem parecia aquela turma alegre dos outros treinos".

E como não havia jogadores, Carlos Aguillar passou a discutir futebol com Jaime Dinas e com Juan Carlos Pelegrino, jornalista argentino que estava mais preocupado com o jogo de sua seleção que começaria em seguida. "A verdade é que a camiseta do Brasil pesa muito. Na América do Sul, somente Argentina e Uruguai têm coragem de atacar o Brasil", disse Aguillar. "Não é questão de coragem, é questão de ter mais experiência, de ter competições internacionais no currículo. Mesmo assim, eu nunca vi uma seleção brasileira tão acuada como ontem", disse Pellegrino.

A grande campanha – quatro vitórias seguidas antes da eliminação – é o legado deixado. "Esses jogadores não tinham referência histórica. Olhavam para trás e viam uma geração talentosa com Valderrama, Rincón e outros que fracassou. Agora, eles são a referência. O futebol da Colômbia veio para fica em termos competitivos", disse Dinas.

Carlos Aguillar citou ainda que técnicos colombianos estão fazendo sucesso dirigindo a Costa Rica, o Equador e Honduras, além do Panamá, que perdeu a vaga para a Copa na última rodada.  "Estou tão animado que vou começar a guardar dinheiro para ir até a Rússia em 2018. E vou ficar mais um tempo aqui para ver se algum jogador aparece".

O apoio à seleção era explícito quando se falava de dois jogadores, James Rodriguez e Camilo Zuñiga. Para a família Aguillar não há a menor dúvida de que James jogou mais que Neymar, Messi, Müller e quem mais for. E que Zuñiga não é violento. A jogada com Neymar foi casual. "É um garoto bom, um garoto de futuro e não ficará marcado por esse lance desagradável", disse Dinas. E foi aplaudido pela família toda.

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