Scolari ataca para todos os lados e manda "ciumentos" para o inferno

Paulo Passos

Do UOL, em Fortaleza (CE)

Na véspera do jogo decisivo contra a Colômbia, pelas quartas de final da Copa do Mundo, Luiz Felipe Scolari deu sua entrevista mais intensa até agora durante o torneio. Falou pouco de futebol, é verdade, não escondeu sua irritação com críticas e atacou para todos os lados. A imprensa, o técnico da Holanda, Van Gaal, e até o seu antecessor, Mano Menezes, numa crítica sutil, foram lembrados.

O questionamento sobre o encontro que teve na última segunda-feira com um grupo de jornalistas rendeu as respostas mais atravessadas e irônicas do técnico. Felipão diz que sofreu com "ciúmes de homem" de quem não foi convidado e mandou os críticos "para o inferno".

"Vocês todos sabem. Não tem como eu descer pra falar com todo mundo. Até porque tem uns que são meus amigos, que eu gosto mais, e vou fazer isso, como em 2002 [Copa do Mundo no Japão/Coreia do Sul]. Sentava junto com sete, oito, dez e conversava. Aqueles que não foram convidados é talvez porque eu não goste tanto ou porque na hora eu não queria conversar", explicou. "Não pode existir ciúme de homem. Pelo amor de Deus. De mulher tudo bem. De homem é brabo", completou.

Felipão admitiu no encontro que o time sofreu com abalo emocional pela pressão de jogar uma Copa do Mundo no Brasil. Afirmou também que se arrependeu de uma convocação na lista de 23 chamados para o torneio.  Ao ser questionado se houve arrependimento da sua parte após trechos da conversa serem publicados pela imprensa, negou.

"Adorei. Sempre fiz isso, gente... Agora, se eu não puder fazer as coisas que gosto de fazer, se tenho que ser pautado pra fazer A ou B, não adianta, eu vou fazer. Gostou, gostou, não gostou, vai para o inferno", disparou.

Os jornalistas não foram os únicos alvos de Felipão. Como havia feito antes do jogo contra Camarões, mandou um recado para Van Gaal. O técnico holandês afirmou que o Brasil foi favorecido pois jogou a última partida da primeira fase depois da decisão do grupo B, que definiu o rival nas oitavas de final. Segundo ele, isso daria à seleção local a chance de escolher o seu adversário.

"Quase todos os jogos foram para a prorrogação. O daquele senhor que falou em complô para o Brasil, não. Porque foi ajudado com pênalti", afirmou sem citar o nome de Van Gaal.

Outro colega de profissão levou uma "cutucada" um pouco mais sutil. Ao falar sobre as qualidades da Colômbia, Scolari lembrou do último confronto do Brasil com o rival desta sexta-feira.

"O Thiago ainda falou ontem para mim: professor, o jogo que nós empatamos lá nos Estados Unidos. Eu disse Thiago, eu não joguei contra esse time. Eu não lembro. Não era eu o técnico naquela oportunidade que foi 1 a 1. Então eu disse para o Thiago, não fui eu o técnico que empatou", disse Felipão deixando o zagueiro constrangido. 

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