Fifa vê "conclusões apressadas" em investigação sobre comércio de ingressos

Mauricio Stycer

Do UOL, no Rio

  • Divulgação/Polícia Civil

    Operação Jules Rimet apreendeu ingressos e dinheiro no Rio de Janeiro e São Paulo

    Operação Jules Rimet apreendeu ingressos e dinheiro no Rio de Janeiro e São Paulo

A Fifa informou que terá uma reunião na tarde desta quarta-feira (02) com os responsáveis pela investigação policial sobre venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo.  

Onze suspeitos foram detidos pela Polícia Civil na terça-feira (01), na chamada Operação Jules Rimet, suspeitos de integrar uma quadrilha internacional. Pelo menos mais sete suspeitos ainda estão na mira de policiais cariocas. Segundo investigações, alguns desses suspeitos devem ser membros da própria Fifa.

A entidade diz que apoia totalmente as investigações, mas quer mais informações sobre o que foi apurado. Na visão da Fifa, deve-se evitar "conclusões apressadas" sobre o assunto.  "Não estamos em condições de dar opinião sobre o assunto agora. É muito fácil chegar a conclusões apressadas. Estamos analisando tudo com muito cuidado", disse Delia Fischer, porta-voz da Fifa.

Apuração realizada por policiais da 18ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro levantaram fortes indícios de que pessoas ligadas à entidade máxima do futebol colaboram com o esquema irregular de comercialização de bilhetes do Mundial. De acordo com o delegado Fábio Barucke, chefe da delegacia, boa parte dos tíquetes vendidos pela quadrilha de cambistas são obtidos no hotel em que dirigentes da Fifa estão hospedados no Rio, o Copacabana Palace.

A entidade também voltou a se manifestar a respeito da acusação, divulgada pela revista alemã "Der Spiegel", de que haveria provas de manipulação de resultados na partida entre Camarões e Croácia, na primeira fase da Copa. A entidade solicitou à revista alemã os supostos documentos que comprovariam a existência de irregularidades.

"A Fifa tem dúvidas substanciais sobre as alegações publicadas pela Der Spiegel e pedimos para que nos providenciasse todas as comunicações com Wilson Raj Perumal [acusado de manipulação de resultados] e qualquer outro material. Este assunto colocou em questão a integridade dos jogos da Copa do Mundo, o que é algo sério", afirmou Ralf Mutschke, chefe de segurança da Fifa.

O dirigente informou que a entidade acompanha bem de perto o mercado de apostas, mas até agora não encontrou qualquer movimentação suspeita. "Monitoramos cuidadosamente os 56 jogos disputados até agora e vamos fazer isso nos oito restantes. Não encontramos indicações de qualquer tipo de manipulação em apostas de qualquer jogo do Mundial", completou.

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