Polícia prende quadrilha que vendia ingresso da comissão técnica da seleção

Vinicius Konchinski*

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Reprodução

    Ingressos da Copa do Mundo de 2014 foram apreendidos em operação da polícia

    Ingressos da Copa do Mundo de 2014 foram apreendidos em operação da polícia

Foram presos nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, 11 suspeitos de integrar uma quadrilha especializada na venda ilegal de ingressos de Copa do Mundo de 2014. De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o grupo vendia até bilhetes do Mundial reservados a membros da comissão técnica da seleção brasileira de futebol.

Dez ingressos destinados a membros da seleção foram apreendidos. A CBF afirmou que ainda não foi notificada do incidente, mas prometeu apurar o caso. Segundo a entidade, seus ingressos não estão discriminados nominalmente, mas existe o controle numérico de quem recebeu qual entrada. O UOL Esporte apurou que, além de jogadores e comissão técnica, funcionários e representantes de federações estaduais ganharam ingresso da confederação.

Ao todo, mais de cem bilhetes que seriam vendidos ilegalmente foram pegos pela polícia. A operação que resultou nas apreensões foi chamada de Jules Rimet, em alusão ao nome do primeiro presidente da Fifa. Os resultados da ação foram divulgados nesta manhã pelo delegado Fábio Barucke, titular da 18ª Delegacia de Polícia do Rio, responsável por investigações de crimes cometidos na área do Maracanã.

Barucke disse que a quadrilha presa tem ramificações internacionais e atuava na venda ilegal de ingressos da Copa há pelos menos quatro Mundiais. Dos 11 presos, dez são brasileiros –oito foram detidos no Rio e outros dois, em São Paulo. Um deles é argelino. Seu nome é Lamine Fofana. Fofana identificou-se como empresário do futebol.

Segundo investigação da polícia, os membros da quadrilha captavam ingressos de várias fontes: ingressos de pacotes de hospitalidade (camarotes), reservados a patrocinadores e até reservados a seleções participantes do Mundial. Tanto é assim que foram apreendidos com os suspeitos tíquetes dados a membros da seleção brasileira.

Todos esses ingressos eram vendidos por valores bem acima do mercado. A polícia afirmou que 22 ingressos para o jogo entre Brasil e Camarões, em Fortaleza, por exemplo, já foram vendidos pela quadrilha por R$ 500 mil. Ou seja, cerca de R$ 22 mil cada um.

"A investigação começou um mês antes da Copa", complementou Barucke. "Deixamos que muitos ingressos fossem vendidos para que tivéssemos elementos para efetuar as prisões."

Todos os detidos estão presos temporariamente. Serão indiciados por cambismo, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Três agências de turismo do Rio também são suspeitas de integrar o esquema. Eles foram fechadas pela polícia.

Barucke disse que a investigação ainda deve prosseguir. A polícia apura se algum membro da Fifa ajuda a quadrilha na obtenção de ingressos.

Questionada sobre o caso nesta manhã, a Fifa ainda não se pronunciou. Apesar de afirmar que colabora com toda as investigações da polícia sobre cambismo, a entidade desconhecia a operação Jules Rimet.

*Atualizada às 13h50

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