Com bandeira gigante e hashtag, emissora da Colômbia tenta empurrar seleção

Vanessa Ruiz

Do UOL, em Cotia

A confiança da seleção colombiana chamou a atenção nestes dois dias em que a próxima adversária do Brasil esteve de volta à sua base em Cotia, região metropolitana de São Paulo. As principais estrelas do time não foram poupadas de encarar sessões de entrevista coletiva, mas os jogadores que o fizeram mostraram um discurso ensaiado que pode se resumir em três pontos: segurança, discrição e muita fé em um inédito título.

A parte da fé vem sendo maciçamente incentivada na Colômbia desde a boa campanha nas eliminatórias -- a equipe terminou em segundo lugar, apenas dois pontos atrás da Argentina.

Dois meses antes do Mundial, a emissora RCN, um dos maiores grupos de mídia do país, colocou em campo a "Expedição Brasil", uma viagem por mais de dez mil quilômetros por Colômbia, Equador, Peru e Brasil, com chegada no Corcovado, no Rio de Janeiro. Durante a viagem, trataram de espalhar a hashtag YoCreo ("eu acredito") e divulgar as várias bandeiras da Colômbia que rodaram o país sendo assinadas com mensagens de apoio à equipe.

Há registros da passagem da bandeira por Medellín, Ibagué, Pereira, Mitú, Sumercé, Armenia e até Rondônia. No caso da hashtag, o site da expedição mostra imagens de lugares como Brasília, Ouro Preto, Petrópolis, Cáceres com legendas do tipo: "Brasileiros também dizem YoCreo". É bom lembrar que a maior parte do projeto foi executada antes da definição da Colômbia como adversária do Brasil nas quartas de final. Se tivesse sido feita agora, a emissora colombiana talvez não encontrasse tantas adesões brasileiras à hashtag.

Já as bandeiras com mensagens foram costuradas para formar um só bandeirão maior, de 150 metros, entregue nesta terça-feira aos jogadores da Colômbia em seu último treino em Cotia, região metropolitana de São Paulo, onde a seleção está baseada durante esta Copa.

Logo após a entrevista coletiva, os jornalistas da RCN levaram a caixa transparente contendo o bandeirão até Camilo Vargas, goleiro, e Carlos Valdés, zagueiro, que haviam acabado de falar à imprensa. É claro que Vargas e Valdés passam longe de serem os grandes ídolos de uma seleção que tem James Rodríguez, artilheiro da Copa, mas nem com todo o seu poderio a RCN conseguiu quebrar as restrições impostas pelo técnico Jose Pekerman. Após a saída dos jogadores, um membro da comissão técnica permaneceu com os jornalistas em uma transmissão ao vivo.

A RCN teve que se contentar com os reservas, que agradeceram o apoio do povo colombiano e repetiram junto com os jornalistas: "Yo creo!".

A campanha de incentivo, em conjunto com o trabalho de Pekerman, parece estar fazendo efeito, como mostrou Valdés: "Tudo o que pensávamos no início é que tínhamos um sonho que começou como uma grande aventura. Hoje, com os pés no chão, nos dá muita satisfação poder dizer que temos uma grande possibilidade de lutar por algo mais".

A seleção colombiana viajou já nesta terça para Fortaleza com o intuito de adiantar a aclimatação às temperaturas mais altas do Nordeste do país. Colômbia e Brasil se enfrentam pelas quartas de final da Copa do Mundo nesta sexta, às 17h, na Arena Castelão.

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