Outro baixinho atrevido é a esperança suíça para bater a Argentina de Messi

Luis Augusto Simon

Do UOL, em São Paulo

O sonho argentino de ir longe na Copa do Mundo passa pelos pés de Lionel Messi, um baixinho de 1,68m. O irônico é que os maiores temores de eliminação, nas oitavas de final, estão nos pés de um baixinho com os mesmos 1,68m de altura.

O suíço Xherdan Shaquiri chega para o duelo contra a Argentina com um trunfo: ele já superou Lionel Messi uma vez em sua vida. Em 2013, seu Bayern de Munique bateu o Barcelona do craque argentino para vencer a Liga dos Campeões daquela temporada. Tudo bem, o suíço não foi exatamente chave para essa conquista.

Shaqiri não é titular em seu clube, atrás de gente como Ribery, Goetze e Muller, mas superar esse grupo parece uma questão de tempo. Os três gols marcados contra Honduras são um aviso do que ele é capaz de fazer. Aos 22 anos, já é considerado o melhor jogador da Suíça de todos os tempos, superando gente como Chapuisat, Frei e Sforza, que brilharam no futebol alemão.

Ele nasceu em 10 de outubro de 1991 em Giljan, uma pequena cidade no sudeste de Kosovo, na antiga Iugoslávia. É filho de pais albaneses que emigraram para a Suíça, quando ele ainda era um bebê. Cresceu em Augst, pequena cidade próxima da fronteira da Alemanha e da França.

Começou a jogar no time local, o SV August, e, com oito anos, recebeu um convite para jogar no Basel. "Eu não queria ir, mas meu pai me convenceu e me levava todo dia aos treinos". A história foi contada ao "Guardian".

Obedecer ao pai é uma coisa normal em uma família albanesa. Ainda mais vivendo em outro país, com dificuldades. Shaqiri é fiel às raízes e tem no irmão Erdin, além de melhor amigo, o empresário. "É meu sangue, confio muito nele".

Em 2010, foi convocado pela primeira vez para a seleção. Agradou e Ottmar Hitzfield o levou ao Mundial de 2010. "Quando tem a posse de bola, ele nunca perde a calma. Não importa quem é o adversário. E tem grande personalidade", elogia o treinador.

Em fevereiro de 2012, o meia canhoto, foi vendido ao Bayern.  "Um jogador tem de lutar sempre para ser titular, mas nem sempre é fácil. Então, precisa estar atento às chances e aproveita-las. Shaqiri tem essa qualidade", fala Hitzfeld. Franck Ribery também elogia o companheiro. "Tem 22 anos e grande visão de jogos. Controla as ações da partida. Eu já o conhecia dos tempos de Basel".

Uma contusão do francês impediu que os colegas de Bayern se enfrentassem no Mundial. A França dominou totalmente a partida e Shaqiri foi impotente na goleada por 5 a 2. No jogo seguinte, a resposta: marcou três contra Honduras.

Qual Xhaqiri enfrentará a Argentina? O autor de três gols ou o outro, aquele que foi goleado? Não importa. Quem estará em campo será o maior jogador suíço de todos os tempos. Um craque que não esquece as raízes, como diz Bruno Resentera, presidente do SV August. "Até hoje, ele nos visita, apesar da fama. É uma pessoa de muito caráter".

O irmão acrescenta. "Tem os pés no chão. Não sei se conseguiria viver com tanta fama e me manter concentrado". A Copa de Shaqiri ainda não terminou. Pode ser o passaporte para grandes conquistas no Bayern. Principalmente se vencer o duelo de baixinhos com Lionel Messi. E, para não dizer que não falamos delas, pernas mais potentes do que o argentino ele já tem.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos