'Vamos jogar contra o Brasil, não contra o Neymar', atestam colombianos
Vanessa Ruiz
Do UOL, em Cotia
Se os jogadores do Brasil vêm passando uma imagem de tensão e suscetibilidade emocional, os colombianos têm sido a síntese de um futebol leve e constante. Na entrevista coletiva da tarde desta segunda-feira, dada antes do primeiro treino no retorno à Cotia, base da Colômbia nesta Copa do Mundo, os colombianos pareciam seguros. "Estamos prontos para fazer história, claro", disse o meia Carlos Sanchez.
Tendo James Rodriguez funcionando a pleno vapor — o colombiano é artilheiro da Copa com cinco gols —, os colombianos evitam demonstrar muita preocupação com o peso que Neymar representa na seleção, nem dizem que haverá qualquer cuidado especial com o craque brasileiro que ainda não brilhou nesta Copa.
Um tom de voz respeitoso, mas escorregando para o desdém em alguns momentos, acompanhou as afirmações do colombiano Sanchez: "Vou marcar quem passar pela minha zona de jogo, se for Neymar ou qualquer outro. Neymar é uma referência, mas vamos enfrentar o Brasil e não Neymar."
"Neymar é uma estrela mundial, mas a seleção brasileira tem muitas estrelas. Eu falaria melhor da seleção brasileira que de Neymar e a luta é contra toda a equipe do Brasil, não só ele."
Outra preocupação é com a probabilidade de o confronto ser duro, podendo chegar novamente à prorrogação como foi com Brasil e Chile. Os jogadores se dizem preparados: "Terminamos as partidas cansados, mas nos sentindo bem, não esgotados", avaliou Sanchez.
Nas perguntas de jornalistas colombianos, chamaram a atenção dois aspectos: as referências à seleção brasileira como se parecesse frágil pela pressão e a noção de que o Brasil tem defesa e ataque, mas falta meio-campo. Os jogadores evitaram, no entanto, comentar ambos os assuntos diretamente.
A seleção colombiana treina uma vez mais em Cotia na manhã desta terça-feira e, às 16h, segue para Fortaleza, onde enfrenta o Brasil pelas quartas de final da Copa do Mundo.