Chuva, trânsito e farpas com a Fifa marcam passagem da Copa pelo Recife

Carlos Madeiro

Do UOL, no Recife

A Copa do Mundo terminou para o Recife, que recebeu neste domingo (29) sua última partida do mundial, o duelo pelas oitavas-de-final entre Costa Rica e Grécia.

Se para os mais de 200 mil torcedores que passaram pela Arena Pernambuco em cinco jogos a Copa deve deixar saudades, para a Fifa a passagem do Mundial pela capital pernambucana deve ser lembrada como a cidade-sede que mais teve desavenças. As chuvas e problemas de mobilidade também marcaram o torneio na cidade. 

Antes mesmo de começar a Copa, a Prefeitura do Recife causou o primeiro desentendimento ao afirmar que não iria cumprir a obrigação que o país tinha assumido de bancar a Fan Fest. O argumento era de que não poderia investir em um evento privado. De última hora, empresas decidiram bancar a festa oficial da Fifa, mas foi a única entre as 12 sedes que não teve realização de shows.

Na véspera da estreia do Mundial, a Prefeitura desafiou ainda mais a Fifa ao convidar, pelo seu site, o torcedor a assistir a estreia da Copa, entre Brasil x Croácia, em telões montados a menos de 1km da Fan Fest. No dia anterior ao jogo, a Fifa vetou a exibição de um dos dois polos, alegando exclusividade de transmissão no bairro do Recife.

Durante o Mundial, na primeira partida na cidade, entre Costa do Marfim e Japão, pelo menos 17 detectores de metal instalados na arena não funcionaram e foram responsáveis por causar uma fila superior a 200 metros na entrada do estádio. No dia seguinte, a Secretaria da Copa de Pernambuco pediu explicações à Fifa sobre o problema.

No jogo seguinte, entre Itália e Costa Rica, foi a vez do trânsito roubar a cena, que fez muitos torcedores atrasarem a entrada de novo. A Secretaria da Copa voltou a responsabilizar a Fifa, culpando o atraso no deslocamento da delegação da Costa Rica pelo problema, somado ao um acidente com um caminhão na BR-101.

No mesmo jogo, veio a maior das desavenças: a Vigilância Sanitária de Pernambuco apreendeu 320 kg de alimentos estragados na Arena Pernambuco, que seriam servidos a funcionários da Fifa. Seis dos voluntários passaram mal e tiveram diarreia. O episódio gerou ira e nota pública do Comitê Organizador Local, que negou a informação e disse que a comida foi retirada preventivamente. Após o caso, a Fifa alterou a empresa fornecedora de alimentos.

Na última partida da primeira fase, entre Alemanha e EUA, o problema não foi com a Fifa, mas sim com São Pedro. Uma chuva de 110 milímetros em apenas seis horas deixou Recife alagada e foi responsável pelo atraso de pelo menos 300 torcedores, que chegaram à Arena Pernambuco apenas no decorrer do jogo. 

O ponto positivo da Arena foi a qualidade do estádio e principalmente o gramado, que suportou sem nenhum problema q água e foi elogiado pelos técnicos das seleções de EUA e Alemanha

Na última partida, nenhum problema de trânsito, acesso ou chuva foi registrado. O jogo entre Costa Rica e Grécia foi assistido pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, que chegou sem anúncio prévio e saiu em um silêncio que pode resumir bem a relação da entidade com a capital pernambucana.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos