Samaras: o garoto que vibrou com a Euro-2004 virou o líder da Grécia-14

Do UOL, em São Paulo

  • CHRISTOPHE SIMON/ AFP PHOTO

    O atacante Samaras comemora gol da Grécia homenageando garoto escocês que torce para o Celtic

    O atacante Samaras comemora gol da Grécia homenageando garoto escocês que torce para o Celtic

Ele ainda não tinha nem a barba que é sua marca registrada e ainda jogava na seleção sub-21. As lembranças da Eurocopa de 2004, porém, ainda são uma das grandes motivações de Georgios Samaras para a disputa das oitavas de final da Copa do Mundo de 2014. 

Principal jogador de sua seleção nesta Copa, Samaras foi decisivo em resgatar a emoção da Grécia com sua seleção, depois de marcar, no fim do jogo, o gol – de pênalti – que garantiu a vitória por 2 a 1 contra a Costa do Marfim e a classificação para as oitavas de final do Mundial, feito inédito para o país.

Centroavante de 1,94m e muita força física, Samaras é símbolo de raça e dedicação, seja no seu clube, o Celtic, da Escócia, ou na seleção grega. Seu estilo é inconfundível, e não só pelos cabelos longos que tremulam enquanto dispara em direção ao gol, desde suas passagens pelo Heerenveen, da Holanda, e pelo Manchester City, por onde passou, sem brilho, entre 2006 e 2008.

Aos 29 anos, sua presença na atual equipe representa para a seleção da Grécia uma referência de vitória. O jogador ainda não fazia parte do elenco que surpreendeu o mundo ao superar a anfitriã Portugal na final da Euro-2004, mas já integrava o time sub-21, sendo promovido ao time principal dois anos depois, se integrando ao grupo remanescente do título histórico.

Ao lado do meia Karagounis, peça importante em 2004 e que, aos 37 anos, ainda defende a seleção, Samaras não esquece de mencionar a épica vitória conquistada em Lisboa, quando tinha apenas 19 anos e vibrou com o título apenas como torcedor que sonhava em fazer parte daquilo. Naquele tempo, a Grécia parecia um país encantado. Além da conquista do torneio europeu de futebol, o ano de 2004 foi marcado também pela realização dos Jogos Olímpicos de Atenas, dois feitos capazes de inebriar uma pátria. Mal sabia Samaras, porém, que a partir dali os gregos começariam a rascunhar a crise econômica que assolou o país nos últimos quatro anos.

"Eu não quero misturar política com futebol, mas é claro que seria um grande prazer fazer as pessoas na Grécia se alegrarem. Isso foi o que nós fizemos em 2004 e espero que sejamos capazes de fazer o mesmo aqui", declarou Samaras após a classificação para as oitavas, citando a crise que o país atravessa desde 2010, quando o país foi obrigado a adotar um pacote de austeridade por pressão da União Europeia, decisão que desagradou a população e desencadeou uma série de protestos violentos.

O espírito de liderança é o que marca Samaras independentemente de seu momento técnico e de seu desempenho tático. Basta lembrar da comemoração do jogador no último jogo, contra a Costa do Marfim, quando saiu correndo fazendo o tradicional gesto do coração com as mãos. O símbolo, porém, teve uma explicação.

Samaras dedicava, naquele momento, o gol a Jay Beatty, garoto de 11 anos com Síndrome de Down e que é símbolo da torcida do Celtic, a equipe do atacante grego.  A criança acabou virando mascote da torcida da Grécia, que iniciou uma campanha para trazê-lo até o Brasil para acompanhar o jogo deste domingo.

O atacante pagou a passagem do pequeno torcedor e de seus acompanhantes, que estarão na Arena Pernambuco para torcer pela Grécia  contra a Costa Rica, uma das sensações da Copa do Mundo que terá pela frente uma equipe notoriamente conhecida por ser uma equipe defensiva. Característica que poderia prejudicar Samaras. Seu carisma, porém, é maior do que qualquer esquema tático para a seleção grega. 

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