Todo mundo no Brasil tem um "muy amigo" na seleção chilena
Gustavo Franceschini
Do UOL, em Teresópolis
O Chile é o "inimigo íntimo" do Brasil. Embora fique a um país de distância, ali encostado no oeste da América do Sul, no futebol é como se fosse um vizinho de porta da casa verde-amarela. Na seleção atual, que joga seu primeiro mata-mata da Copa do Mundo justamente contra esse velho conhecido, todos conhecem alguém do lado de lá do muro. No próximo sábado, no Mineirão, todos serão "muy amigos".
São muitas as relações dos chilenos que estarão em campo com os rivais da seleção, a torcida brasileira ou os clubes do país. O UOL Esporte listou abaixo cinco exemplos de como Felipão e companhia não podem reclamar de falta de conhecimento do time que os ameaça:
Valdivia e os palmeirenses
Pergunte a Luiz Felipe Scolari e Henrique o que eles acham do camisa 10 do Chile e você certamente não receberá indiferença como resposta. O trio trabalhou junto no Palmeiras de 2011 até o fim de 2012, e viveu altos e baixos na relação.
Valdivia já se estranhou algumas vezes com Felipão. O meia já reclamou de ser substituído e mantinha uma relação instável com o treinador fora de campo. O melhor momento entre eles foi na Copa do Brasil de 2012, quando Scolari o defendeu no episódio em que ele sofreu um sequestro-relâmpago. O jogador reagiu bem e foi decisivo na conquista daquele título.
Parceria do Barça
Neymar terá um "parça" do outro lado do campo. Alexis Sanchez é um dos jogadores mais próximos do brasileiro no Barcelona. Juntos, eles fazem parte do projeto de renovação do Barcelona, que aos poucos vai trocando a geração multicampeã dos últimos anos.
No ano passado, quando Brasil e Chile se enfrentaram em Toronto, no Canadá, para um amistoso, Neymar e Alexis chegaram a fazer uma aposta para ver quem saía vencedor. Melhor para o brasileiro, que viu Robinho marcar o gol decisivo do 2 a 1.
Uma resposta para Neymar
Eugenio Mena nunca foi um virtuose da lateral, mas ainda assim foi uma das soluções apresentadas pela diretoria santista após a venda de Neymar, no primeiro semestre do ano passado. O lateral, assim como outros jogadores, foi contratado poucas semanas depois da saída do jogador.
Mena custou R$ 7 milhões aos cofres praianos, o que dá a medida da expectativa que se tinha sobre ele. Até agora, a torcida na Vila Belmiro ainda não foi plenamente convencida de que o esforço valeu a pena.
Gaúcho de olho
É fácil entender porque torcedores do Inter estão ligados na seleção chilena. Charles Aránguiz não é só um dos destaques do time de Jorge Sampaoli. No clube gaúcho, ele é fundamental para a equipe que briga pelo título nacional.
O outro lado de Porto Alegre será só saudade no confronto, ou não. São ex-gremisas os atacantes Eduardo Vargas e Jean Beausejour. O primeiro passou o ano passado inteiro alternando muito, e não foi feito muito esforço para que permanecesse no Grêmio em 2014. O último fez pior. Em 2005, estava na campanha da Série B da equipe, sem ter ido nada bem.
Até briga teve
Essa geração chilena tem uma boa história para contar em termos de confusão. Em 2007, Medel, Vidal, Carmona e Alexis Sanchez estavam no Sul-Americano sub-20 quando os dois times se enfrentaram na primeira rodada. O empate, em campo, desencadeou uma briga generalizada.
Na ocasião, o time de Alexandre Pato vencia até os 47 minutos do segundo tempo, quando o juiz marcou um pênalti para os chilenos, convertido. Depois da partida todos foram pressionar o árbitro, terminando com uma espécie de batalha campal entre as duas equipes. Daquele time, hoje, só Willian está na seleção.