Um mês após renovar, técnico da Itália pede demissão diante de eliminação
Do UOL, em São Paulo
A eliminação da Itália na primeira fase da Copa do Mundo rapidamente causou mudanças no comando da seleção. Não só o técnico Cesare Prandelli, mas também o presidente da federação italiana, Giancarlo Abete pediram demissão ainda na Arena das Dunas, durante a coletiva de imprensa.
O treinador, que tinha renovado seu contrato poucos dias antes do Mundial, no dia 26 de maio, para ficar à frente da Azzurra por mais dois anos, até o fim da próxima Eurocopa, não escondeu sua revolta com a arbitragem da partida.
"Eu me demito. Mas o árbitro arruinou tudo", disparou. "A Itália fez uma grande primeira partida, uma segunda ruim, e na terceira fomos ao máximo. Eu assumo toda a responsabilidade do projeto técnico e da preparação, mas jogar em certas condições é sempre muito difícil. Fomos a única equipe que jogou em Manaus e duas partidas às 13 horas", continuou Prandelli.
Ele ainda justificou a substituição de Balotelli durante a partida contra o Uruguai, abrindo mão de um de seus principais jogadores, por que temia uma expulsão do jogador.
"Você nunca sabe quando ele está nervoso e quando está calmo. Eu o substituí porque tive medo de ficar com dez", afirmou. No final, ele acabou perdendo Claudio Marchisio, expulso por uma falta em Arévalo Rios, aos 14 minutos do segundo tempo.
Abete seguiu Prandelli e também afirmou que está se desligando da Federação Italiana, mas manteve a esperança de que o técnico mude sua opinião.
"Entre sexta e segunda-feira o Conselho da Federação vai se reunir e ratificar minha demissão irrevogável. O novo presidente da Federação terá meu apoio como torcedor, mas fizemos o máximo. Espero Prandelli repense a dele. Ele tem o maior respeito para o que é agora o nosso futebol. Não deve ser esquecido o vice-campeonato na Eurocopa e o terceiro na Copa das Confederações."
Essa é a segunda eliminção consecutiva da Itália na primeira fase da Copa do Mundo.