Neymar andou de quadriciclo na folga. Será que é uma boa ideia?

Do UOL, em São Paulo

Dia tranquilo para a seleção brasileira, com clima descontraído, presença de amigos e familiares. Neymar, à vontade, resolve pegar um quadriciclo e dá uma voltinha com um amigo na garupa. Divertido, mas... Será que é uma boa ideia? O histórico do esporte mostra que atividades "extracurriculares", por mais banais que sejam, podem dar bastante dor de cabeça para os atletas.

A lista de acidentes mostra que qualquer atividade merece uma dose extra de atenção para um esportista, e um vacilo pode ser fatal. Às vezes, uma brincadeira aparentemente inofensiva pode custar caro. Um dos casos mais emblemáticos é do piloto de Fórmula 1 Mark Webber. Em 2010, ele liderava o Mundial daquele ano correndo pela Red Bull quando caiu de bicicleta antes de um GP. O acidente lhe rendeu uma fratura no ombro direito, que o acompanhou até o fim da temporada.

O australiano chegou a esconder a lesão de sua equipe, para seguir na briga pelo título com Fernando Alonso, da Ferrari, e o seu companheiro Sebastian Vettel. Não deu. Pela lesão ou não, Webber caiu de rendimento nas últimas corridas e viu o piloto alemão vencer o primeiro dos quatro títulos da carreira.

Ah, mas quadriciclo é diferente... É mais estável que uma bicicleta, alguém pode dizer. Nem sempre. Que o diga Amy Van Dyken, nadadora norte-americana que ganhou seis medalhas de ouro olímpicas, em Atlanta-1996 e Sydney-2000. No começo de junho, ela andava com um veículo motorizado do tipo quando bateu e foi arremessada para longe. Van Dyken teve uma lesão na medula espinhal e passou nove dias na UTI.

Motores e atletas, aliás, nem sempre combinam. Em 2003, Jay Willians, armador do Chicago Bulls, andava de moto sem capacete e sem habilitação quando sofreu um acidente. O jogador teve uma lesão em um nervo da perna esquerda, que quase perdeu os movimentos, rompeu os ligamentos do joelho e fraturou a pélvis. Depois de anos de tratamento, ele tentou voltar às quadras, sem sucesso.

Nos Estados Unidos, essas atividades consideradas perigosas são proibidas. Está no contrato dos atletas. O próprio Williams teve de pagar sua recuperação do próprio bolso, porque seu acordo com os Bulls dizia, explicitamente, que ele não podia andar de moto. Neymar não tem proibição semelhante. A brincadeira com o quadriciclo, aliás, foi dentro da Granja Comary, onde a seleção está concentrada em Teresópolis. Mas a CBF sabe que atividades aparentemente inofensivas podem dar problemas.

Em 2002, Emerson não girou a chave de um carro, não saltou de para-quedas ou andou de bicicletas. Era um rachão na véspera da estreia do Brasil na Copa e ele brincava como goleiro. Caiu sobre o ombro direito e luxou a região. A lesão tirou o então capitão do time do torneio, que terminaria com a conquista do penta.

Lesão ainda mais boba teve Santiago Cañizares, goleiro espanhol que era titular de seu país no começo do século. A poucos meses da Copa, em 2002, ele cortou o pé ao deixar cair um frasco de perfume no banheiro. O problema abriu caminho para Iker Casillas, dono da posição até hoje. 

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