Com alma de mata-mata, Equador vence Honduras de virada e se mantém vivo

Do UOL, em São Paulo

Era só a segunda rodada da fase de grupos, mas parecia semifinal. Derrotas na estreia fizeram Equador e Honduras se atirarem alucinadamente em um duelo franco de vida ou morte na Arena da Baixada, transformada em um caldeirão pela torcida sul-americana. Com mais qualidade técnica, o Equador se superou e venceu de virada (2 a 1) os rivais caribenhos, que mantêm chances remotíssimas de classificação.

A partida teve muitos elementos de um jogo decisivo. Empenho, raça, gols anulados, brigas, violência em campo e torcida apaixonada na arquibancada. O Equador comemorou muito a vitória, mas ainda tem vida dura na terceira rodada, quando enfrentará a França, sensação do grupo. Honduras, após duas derrotas, pegará a Suíça no fechamento da chave.

Fases do jogo: A intensa busca pelo gol marcou a partida desde o começo, e os times pareciam ignorar qualquer medo de perder.  Honduras explorava bastante os avanços de seus laterais, enquanto os equatorianos apostavam na troca de passe de seus meio-campistas. O efeito colateral de tanta ofensividade eram os espaço deixados pelas duas defesas, que só ficaram maiores graças à falta de talento das duas zagas.

Um erro individual de um equatoriano gerou o gol de Costly, aos 30min do primeiro tempo. Outro erro, dessa vez coletivo, da defesa hondurenha permitiu o empate de Enner Valencia três minutos depois. Esse duelo de ataques persistentes contra defesas vacilantes se arrastou até o fim da partida, pontuado por pontapés e caneladas de ambas as partes. O gol de virada do Equador no segundo tempo iniciou uma pressão hondurenha no fim, incapaz de reverter a derrota.

O melhor: Enner Valencia. O atacante equatoriano foi a grande dor de cabeça dos hondurenhos durante todo o jogo. Caindo principalmente pela esquerda do ataque, com muita velocidade e alguma habilidade, ele fez dois gols e já soma três no Mundial (só ele marcou pelo Equador até aqui).

O pior: Antonio Valencia. O meia do Manchester United, um dos nomes mais badalados do Equador, se escondeu atrás da marcação e esteve nulo durante todo o jogo.

Chave do jogo: os buracos na defesa. Em um jogo bastante equilibrado, com jeito de clássico, fizeram a diferença os erros individuais e coletivos da defesa de Honduras. O gol da virada, por exemplo, foi marcado por Enner Valencia, que subiu sozinho entre os altos defensores caribenhos.

Toque dos técnicos: Reinaldo Rueda, treinador do Equador, foi quem indicou o amigo Luiz Suárez para comandar a seleção hondurenha. Os dois são colombianos. E fizeram seus atletas jogarem de modo bastante ofensivo, talvez pela necessidade do resultado.

Para lembrar:

Muita raça e três gol anulados. Foi um dos delos mais brigados desta Copa. A aplicação dos jogadores superou inclusive suas deficiências técnicas. O afã de chegar às redes resultou também em três gols bem anulados pela arbitragem.

Um gol histórico. O gol de Costly foi o primeiro de Honduras em Copas desde 1982 (cinco jogos desde então). A seleção ficou a sete minutos de bater o recorde negativo de mais tempo sem marcar gol em Mundiais, que ainda pertence à Bolívia (518 minutos em branco).

Costly e o canudo. O craque de Honduras chamou atenção por trazer desde o começo do jogo um objeto azul-berrante na boca, aparentemente um canudinho que ele não cansava de mascar. Oportunista, Costly foi coroado com o gol que abriu o placar. Na comemoração, lá estava o estranho objeto azul brilhando em sua boca.

Clima de Libertadores. Fora de campo, a torcida equatoriana não parou de apoiar sua seleção, mesmo no frio que castiga Curitiba. Os hondurenhos, em menor número, também marcaram presença. Dentro de campo, os jogadores fizeram duelo pegado, com entradas duras e algumas violentas, bem parecido com os da competição de clubes sul-americana.

HONDURAS 1 X 2 EQUADOR

Honduras: Valladares; Figueroa, Bernardez, Izarrigue (Juan Garcia) e Bengston; Costly, Boniek (Chavez), Espinoza e Garrido; Claros e Beckeles
Técnico: Luis Suárez

Equador: Dominguez; Guagua, Erazo, Paredes e Noboa; Montero (Achilier), Ayovi, Caicedo (Mendez) e Antonio Valencia; Minda e Enner Valencia
Técnico: Reinaldo Rueda

Data: 20/06/2014 - 19h
Local: Arena da Baixada (Curitiba)
Árbitro: Benjamim Williams (AUS)
Auxiliares: Hakan Anaz (AUS) e Matthew Cream (AUS)
Cartões amarelos: Bernardez, Bengtson (Honduras), Antonio Valencia, Enner Valencia, Montero (Equador)
Gols: Costly, aos 31min (Honduras), Enner Valencia , aos 34min do 1º tempo e aos 20min do 2º tempo (Equador)
Público: 39.224 pessoas

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