Manchas laranjas e de um amarelo com tom diferente da camisa canarinho chamam a atenção na frente do telão montado na praça principal de Manaus. Holanda e Austrália jogam na outra extreminadade do Brasil, em Porto Alegre, mas torcedores das duas seleções acompanham a partida muito mais perto do Oipoque do que do Chuí.

O sol desta quarta-feira trata de aproximar as duas torcidas porque seu movimento diminui a sombra onde se abrigam as cerca de 100 pessoas das duas nacionalidades que pulam da cadeira num jogo cheio de emoções.

Os australianos assistem a partida com uma cara feliz de quem está surpeendido pelo desempenho do time. Eles são mais numeros e no golaço de Cahill pelo menos 60 levantam os punhos cerrados para comemorar.

Bethany Moate, 24 anos, é uma delas e conta que as pessoas estão ali para acompanhar a partida entre Camarões e Austrália. "Estava muito difícil encontrar ingressos para jogos da Austrália e foi preciso escolher partidas alternativas".

Nesta hora entra o apelo da Amazônia. Biança Metherell, 26 anos, fala que diante da impossibilidade de ver a equipe em ação comprou entradas também para Estados Unidos e Portugal. "No intervalo das duas partidas vamos conhecer a floresta e os rios da floresta".

As caretas nos lances de ataque australiano mostram que o holandês Dirk Jan Masselink, 31 anos, sofreu muito mais que esperava. Ele explica que está na outra ponta do Brasil porque está viajando pela América do Sul. Apaixonado por futebol, escolheu que em junho estaria no país da Copa. É a mesma razão dos cerca de 30 holandeses mochileiros torcedores que estão em Manaus.

Mas há gente de outros países na praça e eles estão ao lado dos australianos. Os croatas são os mais numerosos porque tem jogo contra Camarões marcado para Manaus. Eles querem uma vitória da Austrália porque seis jogadores nasceram na Croácia. Colombianos, italianos, camaroneses e brasileiros também preferem uma derrota dos holandeses, mas pelo instinto de torcer para o mais fraco.