Sem falar inglês ou português, russo quer prévia de 2018 em Copa no Brasil

Guilherme Costa

Do UOL, em Cuiabá (MT)

  • Guilherme Costa / UOL

    16.jun.2014 - Horas depois de chegar ao Brasil, russo Alexey Shmakov foi conhecer a Arena Pantanal em Cuiabá

    16.jun.2014 - Horas depois de chegar ao Brasil, russo Alexey Shmakov foi conhecer a Arena Pantanal em Cuiabá

Sentado no balcão de um dos principais restaurantes da cidade, um turista chileno apontava para um item no cardápio e perguntava em espanhol se o prato continha abacate. Tentou explicar que era alérgico e que a fruta era sua única restrição alimentar, mas três atendentes não fizeram mais do que repetir em português o que estava escrito no menu. Eles pediram ajuda a outra funcionária, e o problema continuou até o homem desistir e mudar o pedido. A história registrada na noite de sexta-feira ilustra bem um problema recorrente da Copa do Mundo em Cuiabá: o idioma. E nada disso parece preocupar o russo Alexey Shmakov, que fala apenas algumas palavras em inglês e nem arranha o português.

"É minha primeira vez no Brasil e minha primeira Copa do Mundo. Cheguei hoje [segunda-feira, véspera da estreia da Rússia na competição] e quero conhecer o país. Acho que nós temos muitas coisas em comum do ponto de vista cultural, e eu espero poder convidar as pessoas para conhecerem a Rússia em 2018. Vai ser uma boa forma de conhecer o Mundial", disse o torcedor.

Na tarde de segunda-feira, Shmakov era o único russo nas imediações da Arena Pantanal. Situação bem diferente da festa promovida por chilenos nas imediações do estádio na quinta, um dia antes de o time sul-americano jogar contra a Austrália.

Uma das primeiras respostas de Shmakov é na verdade um aviso: "Não falo muito inglês". A conversa segue, e o torcedor começa a incluir no discurso uma série de expressões em russo. No fim, fala mais o idioma natal do que qualquer outra coisa.

"Acho que não vai haver problema. O brasileiro é um povo que recebe muito bem. Vivemos de formas parecidas e somos povos de muitos sorrisos. Mesmo as pessoas que têm pouco sempre estão sorrindo", comparou o russo.

No Brasil, Shmakov hospedou-se em uma casa de Cuiabá. Divide o espaço com outros três turistas, e ficará na cidade mato-grossense enquanto durar a passagem da seleção russa. Depois, pretende seguir o time até o fim da participação na Copa do Mundo: "Se der tudo certo, vou até o Rio de Janeiro em julho".

O que torna o caso do torcedor russo mais curioso é que o idioma foi um problema para turistas em Cuiabá no primeiro jogo da Copa na cidade, disputado entre Austrália, país em que o inglês é língua natal, e Chile, onde se fala espanhol. Na Arena Pantanal, essa foi uma das razões das longas filas em bares e lanchonetes.

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