O repasse do último empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que viabilizou a reforma da Arena da Baixada para a realização da Copa do Mundo em Curitiba é ponto principal do próximo relatório a ser apresentado pelo Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR). A dúvida é se foram respeitadas as metas a serem atingidas na obra, necessárias para viabilizar a liberação dos recursos.

O BNDES já havia concedido um empréstimo de R$ 131 milhões para a construção do estádio quando o Atlético-PR, junto à CAP S.A., criada para gerir a reforma, detectou que não haveria fundos para concluir a reforma que atendesse aos requisitos da Fifa. Foi liberado, então, um pacote de R$ 250 milhões, dos quais R$ 65 milhões para a conclusão do estádio e o restante para o Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), para ser utilizado em outras obras do estado. O montante foi do BNDES para a Fomento Paraná, agência de fomento do estado, antes de ser liberado. E o ponto de investigação é exatamente se a Fomento cumpriu o previsto no repasse.

Para receber os R$ 65 milhões, a CAP S.A. tinha de ter atingido pontos da reforma, para que houvesse a garantia que os recursos resultariam num estádio plenamente concluído, sem a necessidade de mais recursos. A reforma da Arena Baixada, contanto o último empréstimo, totaliza orçamento de R$ 330 milhões – R$ 96,5 milhões bancados pelo Atlético-Pr, R$ 84,25 milhões pelo governo do Paraná e outros R$ 84,25 milhões pela prefeitura de Curitiba, sem contar os R$ 65 milhões. A última parcela foi contraída após o imbróglio com a Fifa em janeiro, quando a Arena da Baixada correu risco de ficar fora do evento.

Para garantir que não saia dos cofres públicos o pagamento pela última parcela, decisiva para manter Curitiba na Copa, o Atlético-PR deu garantias antes do empréstimo ser contraído: cotas de direito de transmissão da TV Globo, CT do Caju e até a própria Arena da Baixada entraram como garantia.

O novo relatório do TCE-PR, sobre a Arena da Baixada, será apresentado em no máximo três semanas. É provável que a Copa do Mundo já tenha passado por Curitiba quando o documento por emitido. A Arena da Baixada receberá a primeira partida na próxima segunda-feira, com o jogo entre Irã e Nigéria. Depois, jogam no estádio Honduras e Equador, no dia 20, Austrália e Espanha, no dia 23, e Argélia e Rússia, no dia 26.

Apesar de ter conseguido a liberação dos R$ 65 milhões, a CAP S.A. não conseguiu concluir totalmente o projeto inicial. O painel eletrônico que cobriria toda a fachada principal do estádio se tornou um painel estático. O teto retrátil também não foi instalado. Além disso, o prédio de seis andares que serviria como centro de imprensa para a Copa do Mundo não foi conluído. A ideia é finalizar todos esses pontos após a Copa do Mundo.