Fifa responde Nicolelis e diz que transmitiu o que tinha para exibir

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O que era para ser o ponto alto da festa de abertura da Copa do Mundo virou tema de uma polêmica. O esperado pontapé inicial do Mundial dado por um paraplégico até que aconteceu. O fato de ele ter sido visto por quase ninguém, entretanto, abriu uma crise entre o cientista Miguel Nicolelis e a Fifa.

Nicolelis, responsável pelo projeto que possibilitou o chute, criticou a entidade máxima do futebol por não ter exibido o feito. Segundo ele, o pontapé seria transmitido por 29 segundos. Quem assistiu o jogo em casa, na televisão, porém, viu o ato em só 7 segundos.

A Fifa, contudo, não gostou da postura do cientista e respondeu. Segundo a entidade, tudo o que havia para ser mostrado foi exibido. A federação ainda informou que nunca fez qualquer acordo com Nicolelis sobre o tempo que transmissão de imagens do experimento.

Ainda na sexta-feira, membros da Fifa já haviam tomado conhecimento da repercussão negativa a respeito da transmissão do tal pontapé inicial da Copa. Oficialmente, ninguém da entidade quis entrar em discussões com o pesquisador brasileiro. Extraoficialmete, porém, gente da Fifa diz que ele não conseguiu realizar o que havia se proposto a fazer, e agora quer transferir à federação a responsabilidade pela frustração quanto ao resultado de sua pesquisa.

Nicolelis havia dito no ano passado, durante a Copa das Confederações, que pretendia fazer um paraplégico caminhar no campo do Itaquerão e chutar uma bola. Quem participou da organização da cerimônia de abertura, contudo, sabe que o exoesqueleto desenvolvido pelo pesquisador brasileiro ainda não é capaz de fazer um deficiente caminhar.

Juliano Pinto, de 29 anos, usou o exoesqueleto na cerimônia de abertura da Copa. Não caminhou com ele. Manteve-se em pé sustentado por aparelhos. Moveu só a perna que acertou a bola.

Nicolelis, entretanto, divulgou uma mensagem dizendo que tudo o que havia sido prometido foi entregue. Via redes sociais, o cientistas desabafou citando a Fifa.

"Depois de 17 meses de trabalho insano, a missão foi cumprida integralmente", disse ele. "A Fifa deveria responder pela edição das imagens que impediu que a demonstração fosse transmitida na íntegra. Responsabilidade é toda dela."

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