Entre Inglaterra e Itália, Manaus escolhe muita festa

Felipe Pereira

Do UOL, em Manaus (AM)

  • Felipe Pereira/UOL

    Torcedores brasileiras e aficionado inglês fazem a festa em Manaus, local do jogo entre Itália e Inglaterra

    Torcedores brasileiras e aficionado inglês fazem a festa em Manaus, local do jogo entre Itália e Inglaterra

A população de Manaus ignorou as polêmicas antes da Copa e só quer festejar com os torcedores de Inglaterra e Itália neste sábado, quando as duas seleções se enfrentam na cidade. Priscila Cavalcanti, 26 anos, resume o pensamento dos conterrâneos e disse que foi à praça Eldorado acompanhar o movimento dos estrangeiros sem se importar com o placar da partida.

"Se a Inglaterra ganhar tá bom e se a Itália ganhar tá ok. Torço para quem ganhar", gargalhou. Mas ela contou que, por ser mais numerosa e barulhenta, a torcida inglesa chamava mais atenção. Em outro ponto da cidade, a praça São Sebastião, eles viraram atração. O piloto Neil Rowe, 39 anos, foi vestido de caçador, mas parecia um modelo internacional de tantas fotos que tirou com os novos "melhores amigos" que arrumou no Amazonas.

"Eu voltaria milionário para Londres se recebesse um centavo por cada vez que fiz pose para um celular ou câmera", brincava. A universitária Sephora Melo, 27 anos, achou muito legal o comportamento dos gringos porque no Brasil "as pessoas não vão assistir a jogos fantasiadas". Havia também torcedores fantasiados com roupa de cavaleiro templário e de casaco estilo Elton John.

Em menor número, os italianos culpavam a crise econômica pela pequena presença de torcedores. Giorgio Dedea, 32 anos, explicava que a situação do país não é das melhores. Ele contou que precisou economizar seis meses até juntar dinheiro para pagar o voo e o hotel. O preço da hospedagem foi considerado muito caro no Brasil, assim como o serviço de táxi.

Apesar de estarem em minoria, os italianos juravam que receberiam o apoio dos brasileiros. "Ouvimos de todos os brasileiros que eles torcem pela gente", declarou Giorgio. Mal sabia ele que os ingleses escutaram a mesma coisa.

A boa recepção entre torcedores e o povo da cidade contrasta com os atritos criados pela comissão técnica inglesa e as autoridades do Amazonas. Enquanto torcedores dos dois países se entenderam muito bem, o treinador Roy Hodgson tem que explicar em cada coletiva suas declarações de que não queria jogar em Manaus.

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