Cientista responsável por exoesqueleto ataca Fifa por pouca exibição na TV

Do UOL, em São Paulo

  • Reginaldo Castro/Estadão Conteúdo

    Juliano Pinto, 29, que é paraplégico, deu um "chute simbólico" em uma bola de futebol

    Juliano Pinto, 29, que é paraplégico, deu um "chute simbólico" em uma bola de futebol

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, responsável pela criação de um exoesqueleto que fez um paraplégico dar um chute inicial na abertura da Copa do Mundo, na última quinta-feira, usou o Twitter para criticar a Fifa pela pouca exibição de seu feito.

"A FIFA deveria responder pela edição das imagens que impediu que a demonstração fosse transmitida na íntegra. Responsabilidade é toda dela", afirmou.

"Mensagem final: o que foi prometido, foi entregue. Depois de 17 meses de trabalho insano, a missão foi cumprida integralmente", finalizou. 

Durante todo o Mundial, a entidade máxima do futebol é responsável pela transmissão das imagens do evento para o mundo inteiro. 

O feito foi conseguido pelo brasileiro paraplégico Juliano Pinto, de 29 anos, que teve a lesão causada por acidente de carro em 2006. Ele chutou a Brazuca minutos antes do apito inicial de Brasil x Croácia. A televisão, no entanto, mostrou por apenas um segundo, e a câmera voltou para festa.

O estudo para a criação da estrutura começou em 2001 e teve a sua primeira aparição pública. Os estudos científicos para explicar a tecnologia ainda serão divulgados e, assim, será possível entender como uma pessoa comanda um robô com impulsos do cérebro.

Apesar da pouca repercussão, o presidente da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia), Glauco Arbix, afirmou que estava satisfeito com o que viu.

"A Finep se orgulha de ter investido R$ 33 milhões no projeto Andar de Novo, que vem sendo desenvolvido há cerca de dez anos. Foi um verdadeiro gol da ciência brasileira, que mostrou para o mundo do que é capaz. Acompanhamos os testes do exoesqueleto e sempre tivemos a melhor expectativa possível, e isso foi confirmado hoje".

Antes de Juliano, oito pacientes da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) já tinham testado o exoesqueleto. 
 

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