Putin avisa que não vai a Curitiba e alivia tensão da Prefeitura

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em Curitiba

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, avisou à Prefeitura de Curitiba que não visitará a cidade para a partida da seleção que representa seu país contra a Argélia, última da fase de grupos da Copa do Mundo, no próximo dia 26, na Arena da Baixada. A visita de Putin era uma possibilidade, avisada pelo governo à embaixada no Brasil, e que já causava certa tensão nas autoridades curitibanas.

Eram dois os motivos: a cidade contempla colônias russas e ucranianas ao mesmo tempo em que a Ucrânia vive período de intenso conflitos entre a população, dividida em pró-Rússia e pró-União Europeia; e porque o movimento LGBT, que irá protestar contra a homofobia de Irã e Nigéria, também pensa em atos contra Putin.

A preocupação da Prefeitura de Curitiba fez com que as autoridades buscassem informações nos últimos dias. A informação da embaixada russa, enviada ao município, é que Vladimir Putin desistiu de assistir à partida na Arena da Baixada – sem divulgar motivos – e que assistirá apenas à final da Copa do Mundo, no Maracanã, como símbolo da transição para a Copa de 2018, que acontecerá na Rússia.

As autoridades responsáveis pelo monitoramento da questão se dizem tranquilas, mas admitem que mantiveram contato com a colônia ucraniana em Curitiba nas últimas semanas. Eles dizem não acreditar que a presença de Vladimir Putin resultaria em algum tipo de manifestação ou até conflito no Brasil.

A comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) é outra que tem Vladimir Putin como alvo. O presidente russo se marcou nos últimos anos por repressão à homossexualidade e a protestos que tentam combater a homofobia. Já está marcado para o próximo dia 16 uma manifestação pacífica contra a homofobia de Irã e Nigéria, seleções que se enfrentam em partida que marcará a estreia da Copa do Mundo em Curitiba. No Irã e em regiões determinadas da Nigéria a homossexualidade é crime passível da pena de morte. Nos dois países, gays morrem apenas pela orientação sexual. Na Rússia, é proibido qualquer protesto que tente combater a homofobia.

A ausência de Vladimir Putin causa certo alívio na Prefeitura. Apesar de se beneficiar pela exposição no país da próxima Copa com a possível visita do presidente da Rússia, Curitiba temia que a presença da personalidade causasse reações adversas de outros lados. As autoridades relevam a ausência, também, porque estão entusiasmadas com a escolha da seleção espanhola em ficar alojada no CT do Caju, do Atlético-PR – a Espanha também joga na Arena da Baixada, contra a Austrália, no dia 23 – e com a cantora colombiana Shakira, esposa do zagueiro espanhol Gerard Piqué, do Barcelona.

Além de Rússia, Irã e Nigéria, que causam reações em Curitiba, a Argélia, adversária dos russos na Arena da Baixada, é outra que motiva protestos dos manifestantes LGBT. O país do norte africano incrimina a homossexualidade com pena de prisão de dois meses a dois anos, previstos no código penal.

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