Mini-craques querem ser álbum 3D da Copa do Mundo

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

Filmes, jogos de futebol, games, televisões, aos poucos tudo entra na era 3D. E com colecionáveis não poderia ser diferente. Nesta onda, os mini-craques chegam ao Brasil com objetivo de ser um 'álbum 3D' da Copa do Mundo. São seis seleções disponíveis com riqueza de detalhes em cicatrizes, tatuagens, rostos e cabelos atualizados dos jogadores. As ausências marcantes ficam por conta da Espanha, atual campeã do mundo, e craques como Messi e Cristiano Ronaldo, que não estão disponíveis neste momento.

"A tradição dos álbuns de figurinhas é antiga, desde 1950 isso existe. Mas o álbum você completa e põe na gaveta, as miniaturas ficam expostas. Tenho certeza que se trata de um álbum 3D da Copa do Mundo, digamos assim", afirmou o diretor da empresa Soccer Starz, que comercializa os mini-craques no Brasil, Leonardo Albuquerque, que recebeu a reportagem do UOL Esporte na quinta-feira.

O processo de criação dos mini-craques é complexo. A empresa responsável pelo lançamento dos bonecos precisou passar meses conseguindo os direitos de imagem de seleções e jogadores para produção das miniaturas. Na Europa, tal situação já existe com todos os clubes da primeira divisão inglesa e os principais de outros países, como Barcelona, Real Madrid, PSG, Bayern de Munique, entre outros.

Mas no Brasil não. Nenhum time possui, atualmente, a produção de miniaturas licenciadas. Para entrada no mercado brasileiro, o Mundial virou motivação e a seleção o alvo inicial. Assim, a empresa passou a negociar com a CBF e individualmente com os atletas. Após mais de 8 meses de conversa foram fechados acertos com 15 jogadores. Mas ainda antes da lista final de convocados.

Quando saiu a relação, dos 15 produzidos, 14 foram chamados. Lucas Leiva foi o único erro. 'Suplentes' como Sandro e Fernando chegaram a ser produzidos, mas não até a venda. William, por outro lado, só está disponível na Europa. Não teve tempo de ser comercializado no Brasil.

A seleção dos mini-craques brasileiros utilizou o critério de popularidade e acerto com os atletas para produção. Assim, vendidos a R$ 14,90 ou em conjuntos de 11, estão disponíveis: Julio César, Daniel Alves, Dante, David Luiz, Thiago Silva, Marcelo, Luiz Gustavo, Ramires, Oscar, Hulk, Bernard, Neymar, Jô, Paulinho e Lucas Leiva. Sobraram Victor, Jefferson, Maxwell, Henrique, Fred, Maicon, Hernanes, William [só disponível na Europa] e Fernandinho.

Além do Brasil, há disponível 11 jogadores de Inglaterra, Uruguai, Alemanha, Bélgica e França. Com isso, a atual campeã do mundo, Espanha, e a Argentina de Messi ou Portugal de Cristiano Ronaldo não foram contemplados.

"Temos Messi e o Cristiano Ronaldo vendidos no exterior com os times do Real Madrid e do Barcelona. Aqui no Brasil se encontra os times nos Free Shops de Rio de Janeiro e São Paulo. Nosso foco principal é a seleção brasileira para este primeiro momento, e depois o mercado nacional", disse o diretor.

E a aceitação dos bonecos é muito grande. Mais de 180 milhões de miniaturas já foram vendidas pelo mundo. Sendo 1,4 milhões da coleção atual. O público alvo abrange crianças e jovens. E o apreço por jogadores 'da moda' justificam a opção pela seleção belga.

"O colecionável é uma onda recente no Brasil. Mas temos um potencial muito grande para isso. Cada vez mais seleções e times europeus são populares aqui. Os jovens gostam de assistir estes jogadores. É um mercado promissor. É um negócio. Todos foram procurados, alguns toparam outros não. Ainda temos a seleção da Holanda em produção", garantiu Leonardo.

Fotos, poses e tatuagens

A criação das miniaturas é um processo complexo. São 10 fotos selecionadas, digitalizadas, passadas para arte em plástico, gesso, moldes e depois a finalização. Cada boneco tem peculiaridades e são únicos. Momentos de comemoração, cicatrizes, tatuagens, poses, tudo está presente na representação dos jogadores. Hulk é mais corpulento que os outros bonecos, Ribery tem cicatrizes, Daniel Alves tem tatuagens, e o processo está em constante atualização.

"Tivemos que mudar o boneco do Neymar. O do Barcelona vinha com cabelo moicano. Mas ele mudou o penteado. Então para seleção fizemos outro. Se amanhã, por exemplo, o David Luiz resolver cortar o cabelo, teremos que atualizar o boneco dele também", explicou o diretor.

Projeto Brasil

Após o Mundial, a ideia da empresa é seguir investindo no mercado brasileiro. Já há negociação com clubes interessados para criação de mini-craques do Brasileirão. Ainda neste ano, um pacote coletivo com os principais jogadores do torneio ou ainda um especial com o campeão podem ser lançados.

"Nosso objetivo é continuar com os clubes. Já fomos procurados por vários. A maioria chegará até nos porque há o interesse no licenciamento de qualidade. É inevitável", finalizou Albuquerque.

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