Campeã olímpica, francesa visita seleção e estranha: Cadê o clima de Copa?

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Teresópolis (Rio de Janeiro)

  • Gustavo Franceschini/UOL

    Lucie Decosse, francesa campeã olímpica de judô em 2012, posa para foto na Granja Comary

    Lucie Decosse, francesa campeã olímpica de judô em 2012, posa para foto na Granja Comary

Campeã olímpica e tricampeã mundial de judô, a francesa Lucie Decosse é uma estrela em seu país, mas passa "batida" em uma visita ao Brasil. De passagem pela concentração da seleção brasileira para a produção de uma matéria para uma TV, a ex-atleta conversou com o UOL Esporte sobre as suas impressões do Brasil e disse estar impressionada por não sentir o clima de Copa do Mundo que esperava encontrar.

"É muito estranho. Não há muito ambiente de Copa do Mundo. Talvez comece quando a Copa iniciar. Mas agora as pessoas estão muito irritadas, muitas greves. Todo dia tem uma greve. A Copa é em alguns dias, e normalmente as pessoas estariam muito felizes", disse a judoca, campeã olímpica em 2012, que está há mais de duas semanas no Rio de Janeiro e sofreu, por exemplo, com as paralisações de ônibus na cidade.

Ela não é a primeira a estranhar. Na última semana, em entrevista ao UOL Esporte, o astro espanhol Andrés Iniesta também manifestou estranhamento com a questão. Decosse, no entanto, ponderou que há motivos para a indignação.

"Eu entendo as pessoas, porque no Rio existem muitos problemas e as pessoas pensam que o país investiu muito dinheiro na Copa do Mundo e as pessoas são muito pobres. Mas eu acho que quando a Copa começar elas vão apoiar o time e curtir o torneio", disse a ex-judoca de 32 anos, que se retirou dos tatames no ano passado e diz ter sido "muito bem tratada" pelos brasileiros no Rio de Janeiro.

No último sábado, Decosse foi com sua equipe a Teresópolis. Ganhou da CBF um passe diário para a área de imprensa e o direito de fazer uma pergunta a Maicon, que concedia entrevista coletiva na Granja Comary. Em um francês misturado com inglês, explicou que é campeã mundial de judô e perguntou o que o lateral achava da seleção de seu país.

"Queria perguntar sobre o time da França. Lá eles pensam que o time vai se dar muito bem. Mas Maicon não estava muito impressionado", disse Decosse, um pouco frustrada pelo lateral não ter apontado a França como um dos melhores times da Copa. Empolgação com o próprio país não falta a ela, a princípio.

Depois da entrevista coletiva, Decosse passou cerca de duas horas na área de imprensa da Granja Comary. Boa parte desse período ela gastou no Playstation instalado no estande de um patrocinador. A ex-judoca escolheu e França em um confronto com brasileiros e, sempre que vencia, cantava o hino ou um grito de torcida do time azul, empolgada com Ribery e companhia.

"Eu adoro futebol. Eu jogava quando era criança, como meio-campo", conta ela, que ganhou a medalha de ouro na categoria até 70 kg e títulos mundiais em 2005, 2010 e 2011, conquistas que fazem dela um expoente do esporte francês, que tem o judô como uma das principais modalidades. Mesmo na Europa, porém, a realidade dos tatames é bem diferente daquela que vivem Neymar e companhia.

"Eu já fiquei concentrada antes de grandes competições, mas não em um lugar assim. Aqui é muito bonito. A seleção francesa de futebol também tem algo parecido", disse Decosse, encantada com a proximidade que teve dos jogadores no treino a que assistiu. 

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