De olho no cofre

Obra do metrô de Salvador é parada a 21 dias do 1º jogo da Copa na cidade

Gabriel Carvalho

Do UOL, em Salvador

  • Divulgação/Secom BA

    Em obras desde 2000, metrô de Salvador ficará inteiramente pronto em 2017, quase três anos após o Mundial

    Em obras desde 2000, metrô de Salvador ficará inteiramente pronto em 2017, quase três anos após o Mundial

Cerca de 300 operários da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) foram impedidos de trabalhar no canteiro de obras do metrô, no bairro do Retiro, em Salvador. A determinação foi da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE), que embargou parte da obra há cerca de dez dias.

Segundo Flávio Nunes, chefe do Setor de Segurança e Saúde do Trabalhador, a falta de suporte para os cintos de segurança e o uso de apenas uma corda de sustentação foram algumas das irregularidades encontradas. Cerca de 2 mil operários trabalham no local.

Em contato com o UOL, a assessoria da CCR disse que a paralisação não interfere no prazo de conclusão dos serviços. A empresa informou ainda que haverá um remanejamento do restante dos trabalhadores para garantir a execução dos serviços. O consórcio responsável pela obra integra as empresas Camargo Correia e Andrade Gutierrez. 

Com as obras iniciadas há 14 anos (janeiro de 2000), o metrô de Salvador deve começar a operar em junho. Entretanto, o serviço de transporte, que percorrerá apenas seis quilômetros, não estará – nesta fase inicial – disponível para a população. De acordo com a Companhia de Trens Urbanos de Salvador (CTS), apenas as pessoas que estiverem portando ingressos para os jogos da Copa do Mundo terão acesso ao metrô.

As fases de testes foram iniciadas em abril deste ano e o prazo dado pelo governo estadual para início das operações é 11 de junho. O primeiro jogo da Copa do Mundo na cidade está marcado para o dia 13, justamente o clássico entre Espanha e Holanda.

A previsão inicial de inauguração do sistema era de 40 meses e as obras já duram 170. O orçamento inicial para construção do complexo que prevê seis quilômetros de linha férrea e quatro estações era de R$ 300 milhões, mas a obra consumiu R$ 780 milhões, tornando-se alvo de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). Somente uma estrutura elevada acresceu 20% do orçamento inicial.

Além desses custos, houve também um investimento de R$ 100 milhões na aquisição dos trens, que foram danificados pela falta de uso, uma vez que estão guardados desde 2008. De acordo com previsões da própria CTS, o sistema deve transportar 200 mil pessoas por dia e contribuirá para a mobilidade urbana, retirando 300 ônibus de circulação pelas ruas da cidade.

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