Obsessão contra verde deixa Itaquerão incompleto para a Copa

Adriano Wilkson e Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

Uma forte chuva na primeira partida do Itaquerão deixou muitas pessoas molhadas no estádio, que ainda não tem abrigo sobre uma parte das arquibancadas. Esse abrigo faz parte do projeto da arena, mas não ficou pronto para a abertura e nem ficará para a Copa.

O motivo, de acordo com o ex-presidente Andrés Sanchez: o vidro dessa cobertura, ao receber a luz solar, ficaria verde.

E o Corinthians não quer nada verde em seu estádio. Por isso, mandou importar um vidro que não fique verde, mas esse material só poderá ser instalado depois da Copa.

"Não é que os vidros sejam verdes", explicou Andrés em entrevista coletiva após a derrota para o Figueirense, "mas quando estão próximos, no sol, ficam verdes. E somos um time preto e branco. E o vidro transparente não tem disponível. Infelizmente com todo o avanço que temos no Brasil, com todo desenvolvimento, esse vidro especificamente não existe aqui, então tivemos que mandar buscar."

A Fifa aceitou as explicações do clube. De acordo com o Comitê Organizador Local, a entidade não obriga que os estádios da Copa tenham abrigos contra chuvas.

"A Fifa não exige que todos os lugares sejam cobertos. Alguns lugares como VIPs, imprensa, têm que ser cobertos", afirmou Ricardo Trade, diretor-executivo do COL.

A obsessão corintiana contra o verde no Itaquerão já virou proverbial. No início do projeto arquitetônico, o clube cogitou pintar até o gramado de preto.

Uma peça de vidro no vestiário dos visitantes, que também fica verde sob a luz do sol, será removida em breve, de acordo com a diretoria.

No entanto, nas arquibancadas, as placas que indicam as saídas de emergência são verdes, assim como os coletes dos fiscais e orientadores que trabalharam na última partida. Uma placa de publicidade da Unimed era outro objeto verde no estádio. O clube não informou se também mandará trocar esses detalhes.

No domingo, antes da partida, a reportagem viu torcedores corintianos reclamando dos coletes dos funcionários que os ajudavam a encontrar seus lugares: eram verde-limão, assim como um dos uniformes do Palmeiras, seu arquirrival.

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