Copa não seria o momento ideal para manifestações, diz Felipão

Do UOL, em São Paulo

17/05/201412h34

A onda de manifestações que volta a tomar conta das principais cidades do país ameaça tirar o sono dos organizadores da Copa do Mundo. Em entrevista à revista Época, Luiz Felipe Scolari, técnico da seleção brasileira, disse entender que o evento não é um momento propício para os protestos.

"No Brasil, temos direitos, somos democratas, temos uma democracia total dentro do Brasil e podemos nos manifestar. A Copa não seria o momento ideal, nem adequado. Convidamos pessoas de fora para nos visitar e poderíamos mostrar uma situação diferente. No dia das eleições, com nossos votos, é que temos de mostrar o que queremos", disse Scolari.

Em 2013, os protestos que começaram por conta do aumento das tarifas de transporte público tomaram o país no meio da Copa das Confederações, e passaram a ter a Fifa e seus eventos como principais alvos. Neste ano, o Mundial é o grande alvo, e a agitação fica maior a cada dia. Na última semana, atos em várias cidades-sedes terminaram em confronto com a polícia.

Na conversa com a revista, Felipão fala sobre o momento político do país, defende que seu time não poderá ser usado como arma nas eleições e admite que o Brasil é favorito ao título na Copa do Mundo. Mas também cita Alemanha, Espanha, Holanda e Uruguai.

O técnico ainda comenta a derrota do Brasil na Copa de 1950 e relata um "Maracanazzo" pessoal - a Eurocopa de 2004, que Portugal perdeu em casa, na decisão, para a Grécia. "Tínhamos 80% de chances de ganhar, mas esse time da Grécia era tão organizado, foi tão bem, que em uma jogada trabalhada nós tomamos o gol e não conseguimos reverter".

Felipão está colecionando declarações de pensadores e de anônimos. Segundo ele, o arquivo já tem mais de 90 páginas. Durante a Copa, a ideia é escrever essas passagens em pequenos pedaços de papel e colocá-los embaixo da porta dos jogadores.

"Mas não faço isso como imposição. Deixo embaixo das portas. Como sei que eles darão uma passada de olhos, não cobro. Aquilo é fora de estudo", finalizou o técnico.

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