Apesar de problemas, estádio da abertura da Copa vai dar show, diz COL

Rodrigo Viga Gaier

Da Reuters, no Rio de Janeiro

Mesmo após os problemas enfrentados na Arena Corinthians, palco da abertura da Copa do Mundo em 12 de junho, o diretor-geral do Comitê Organizador Local (COL) do torneio, Ricardo Trade, garantiu que o estádio vai 'dar show'.

A 27 dias da abertura do Mundial, ainda há obras para serem finalizadas no entorno do estádio e, dentro dele, falta a colocação de parte dos assentos provisórios e do forro da cobertura, que não será instalado a tempo para a Copa.

"O estádio não tem problema na cobertura, já se sabia que não haveria forro da cobertura e isso não atrapalha em nada. Em nenhum dos 12 (estádios) é obrigado estar coberto o forro", disse Trade a jornalistas no Rio de Janeiro.

"As arquibancadas temporárias também não têm que ter cobertura porque são temporárias e isso nunca foi cogitado", acrescentou.

O principal evento-teste da Arena Corinthians para a Copa do Mundo acontecerá no domingo, a partida do Campeonato Brasileiro entre Corinthians e Figueirense. Até agora foram feitos apenas testes em menor escala.

"O estádio do Corinthians vai dar um show na abertura. Podem ter certeza absoluta disso. Estamos focados nisso e vamos dar show. O estádio é um dos mais bem acabados e um dos melhores campos de jogo", afirmou.

Nesta semana, o Ministério Público do Trabalho realizou uma fiscalização na arena e disse que "foram verificadas irregularidades pontuais no local onde estão sendo montadas as arquibancadas provisórias", onde um operário morreu no final de março. Outros dois trabalhadores morreram nas obras do estádio, em novembro, quando um guindaste desabou.

Os acidentes atrasaram ainda mais as obras na arena, que deveria ter sido finalizada em dezembro.

"Pelo que li, faltavam detalhes como mais copo plástico e mais bebedouros. Isso é uma questão do construtor e do ministério", afirmou Trade, em evento sobre o planejamento logístico do Rio de Janeiro para a Copa.

Críticas do TCU

Os problemas enfrentados pelo Brasil na preparação para o Mundial levaram o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, a criticar na quinta-feira a preparação brasileira, ao afirmar que o país terá "decepções" e passará "vergonha".

Ele citou atrasos e falhas em obras nas cidades-sede, incluindo a demora para a entrega do estádio paulista e as mortes no local. O governo rebateu as acusações.

"A função do TCU é acompanhar as obras tecnicamente e o que saiu na imprensa foi uma apreciação política que não sei se compete ao TCU fazer", afirmou o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, no mesmo evento no Rio.

"Todas as obras essenciais para a Copa do Mundo estão ou estarão finalizadas na Copa. Isso nos dá confiança e não há nenhuma obra essencial que não possa ser compensada pelo planejamento operacional".

O presidente do TCU chegou a chamar Cuiabá, onde fica a Arena Pantanal, de praça de guerra, devido às obras inacabadas. Segundo ele, algumas cidades-sede vão passar vergonha devido ao despreparo para receber os visitantes.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, retrucou: "Vocês acreditam nisso? Não tem nada disso. Vamos fazer uma grande Copa do mundo", disse ele, para quem os protestos contra o torneio tendem a diminuir.

"Há uma inclinação da redução do impacto das manifestações... O clima daqui para frente tende a ser o de festa", completou o ministro, um dia após manifestações atingirem várias cidades do país. Em São Paulo, houve confrontos entre policiais e manifestantes.

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