Pelé pede calma em protesto por Copa: 'jogador não tem culpa por corrupção'

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

Pelé
Pelé

Pelé compareceu na manhã desta quinta-feira a um shopping na zona oeste do Rio de Janeiro para participar de um evento promocional sobre o filme "Pelé Eterno". Em um debate com o diretor Anibal Massaini e clientes de uma loja de tecnologia, o maior jogador da história falou basicamente sobre os 1.283 gols marcados na carreira e contou curiosidades do projeto. No fim, o ex-atleta foi questionado por alguns presentes sobre os protestos marcados para esta semana contra a realização da Copa do Mundo no Brasil.

A mediadora do encontro bem que tentou evitar que o assunto fosse abordado, mas Pelé rapidamente descartou a possibilidade e comentou a polêmica. "Não precisa cortar nada, eu até quero falar disso. Deixa que eu respondo", disse, gerando uma saia justa para a organização do evento.

E o maior artilheiro da história do futebol voltou a pedir calma nas manifestações, ressaltando que o povo não deveria estragar o momento histórico que o país vive.

"Esses movimentos são legítimos e eu entendo bem. Todos podem protestar, mas sem confundir. Não devemos misturar as coisas. As pessoas precisam entender que os jogadores não têm culpa pela corrupção, não têm nada a ver com os problemas políticos do país. Não podemos estragar esse momento deles", comentou Pelé.

"Em 2013, o Brasil foi campeão [Copa das Confederações] e deu uma amenizada naquele clima que estava. O futebol brasileiro sempre deu alegria e promoção para o nosso país. Em 1958 [ano do primeiro título mundial], por exemplo, ninguém sabia do nosso país. E nós temos que aproveitar essa festa, esse momento único após tanto tempo. Não digo que sou contra protestos, como alguns tentaram insinuar. Apenas pediria que respeitassem o momento", emendou o "Rei".

Por fim, em um clima mais descontraído e já fugindo dos temas mais embaraçosos, Pelé falou sobre suas preferências no torneio, lembrou do trauma da última Copa em casa e contou do sonho de uma revanche contra o Uruguai, algoz de sua infância.

"Se eu tivesse a força divina para decidir, colocaria Brasil e Uruguai na final. Queria muito essa revanche. E sei bem que o povo também. Lembro bem o quanto sofremos naquela Copa de 50. Vi meu pai chorando, minha família triste. Gostaria muito de ver o povo feliz e de alma lavada agora", encerrou.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos