Estádio próprio faz corintiano agradecer de joelhos
Felipe Pereira
Do UOL, em São Paulo
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Felipe Pereira
Pisar no terreno do estádio do Corinthians fez o coração de José Rubens bater mais rápido
Com pose de oração, ajoelhado e palmas das mãos unidas a frente do corpo, José Rubens Monteiro, 51 anos, agradecia a materialização de um desejo de criança: estar pisando o terreno do estádio do Corinthians. "É mais que felicidade, é a realização de um sonho", resume.
Ele ressalta que esteve até no Japão para o assistir ao time jogar, mas esta é a primeira vez que o clube tem uma casa própria. Terminado o evento teste deste sábado, ele projetava vitórias e títulos e já escolheu o adversário que mais tem vontade de ver batido no Itaquerão. "É o São Paulo, vamos ganhar muito deles".
Sobre o estádio, José Rubens é uma metralhadora de elogios. Frase com "muito bonito", "bela casa" e "maravilhoso" se multiplicam na boca dele. O torcedor promete voltar muitas vezes nem que para isso precise vencer os 130 quilômetros que separa Taubaté (SP), cidade em que mora, de São Paulo. Explica que fará isso buscando o mesmo sentimento deste sábado. "O coração bateu mais rápido".
Rodrigo Fevereiro foi mais contido ao expressar a felicidade e limitou-se a tirar fotos com o Itaquerão no fundo. Mesmo assim o empresário admitiu que "arrepiou" ao entrar pela primeira vez no estádio do time. Ele acrescentava que agora não há mais nada a ser falado a respeito do Corinthians. "Acabaram os mitos. Temos Libertadores e temos estádio".
O caminhoneiro José Onofre Moreira, 60 anos, não pode desfrutar das dependências internas do Itaquerão. Ele explica que ficou sabendo do evento somente no sábado de manhã e não encontrou ingressos. O jeito foi colar o rosto na grade que delimita o terreno do estádio.
De longe, podia ver apenas um pedaço do campo pelo espaço existente entre a arquibancada lateral e a que fica atrás do gol. José Onofre confessa que não conseguia sequer entender o que acontecia no jogo, mas garantia estar contente e participando da festa somente em ouvir a torcida e ver parte dos jogos. Ele ainda contava vantagem e dizia que daquela posição podia tomar uma cervejinha.