Será um caos usar celular no Brasil durante a Copa, prevê NY Times

Do UOL, em São Paulo

A rede de telecomunicações do Brasil não terá estrutura para suportar a demanda de uma Copa do Mundo. Esta é a conclusão do jornal The New York Times, que publicou reportagem sobre o assunto nesta quarta-feira e prevê um verdadeiro caos aos usuários durante a realização do Mundial.

O periódico cita os atrasos nas obras dos estádios e dos aeroportos, que comprometeram a instalação da rede de comunicação necessária para a Copa. De acordo com o jornal, a indústria de telecomunicações do país reduziu e em alguns casos cancelou, investimentos planejados.

"Onde não temos muito tempo, provavelmente não seremos capazes de dar uma cobertura completa nos estádios", disse Eduardo Levy, chefe de um grupo industrial brasileiro responsável por preparar a cobertura celular em sedes da Copa.

O jornal usa como exemplo a final da Copa das Confederações, em 2013. A euforia pela conquista do título contrastou com as dificuldades enfrentadas pelos usuários de telefonia em realizar ligações ou até mesmo enviar mensagens de texto do estádio do Maracanã.

A reportagem traz ainda a preocupação da Fifa sobre o assunto e cita a declaração do secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, que teme que o Mundial seja lembrado como pior de todos os tempos pelo fato dos jornalistas não conseguirem contar suas histórias para o resto do mundo.

O jornal lembra que são esperados cerca de 600 mil estrangeiros com smartphones em punho desembarcando nos aeroportos brasileiros durante a Copa do Mundo. A concentração de tais usuários de dados pesados pode colocar uma pressão sem precedentes sobre as redes locais.

"Nos aeroportos, nossa intenção era realizar exatamente o mesmo projeto concebido para os estádios. Mas muitos aeroportos não estarão prontos a tempo", lamentou Levy.

Segundo dados divulgados pela operadora Claro ao jornal, o aumento no tráfego de dados no Rio de Janeiro subiu para um terço do utilizado em todo o Brasil no dia da final da Copa das Confederações.

Os investimentos realizados na ampliação da rede, na casa dos R$ 200 milhões, são citados pela reportagem. O periódico, porém, lembra que as operadoras de telefonia móvel que atuam no Brasil são conhecidas por seus péssimos serviços. Também ressalta que a economia estagnada do país comprometeu investimentos essenciais para a Copa na área de mobilidade, em rodovias e aeroportos.

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