Retranca de Mourinho tem seleção brasileira "fora do lugar"
Do UOL, em São Paulo
Ver os jogos do Chelsea é uma obrigação na rotina de Luiz Felipe Scolari. Nenhum outro time tem tantos jogadores na seleção brasileira como a equipe de José Mourinho, que empatou com o Atlético de Madri, nesta terça-feira. No 0 a 0 da partida de ida das semifinais da Liga dos Campeões, Felipão viu alguns de seus principais jogadores em lugares diferentes dos que costuma escalar.
Zagueiro titular na seleção, David Luiz fez às vezes de volante na retranca armada por Mourinho, o que não chega a ser uma novidade na temporada. Surpreendente, sim, foi o lugar ocupado por Oscar na partida. Peça fundamental na equipe de Scolari e titular em nove das onze partidas do Chelsea na Liga dos Campeões, o meia passou os 90 minutos do jogo decisivo no banco de reserva do estádio Vicente Calderón.
A escolha do técnico antes do jogo já dava a dica do que ele estava armando. No lugar de Oscar quem atuou foi Ramires, que na seleção é o reserva imediato, justamente, do camisa 10 do Chelsea. Com a troca, o português mostrou que apostaria em manter o seu time a maior parte do tempo no campo de defesa. Contra-ataques raros (foram só cinco chutes a gol contra 27 do Atlético) foram as únicas "ousadias" dos ingleses.
"Disse aos jogadores para que não ficássemos tempo demais com a bola porque o Atlético pressiona bem", admitiu o técnico. "Frustramos o Atlético quando normalmente são eles que frustram os rivais", completou. Novidade nas últimas convocações de Felipão, Willian foi peça importante no empate na primeira partida da semifinal. Se na seleção ele tem grande chance de ir para a Copa como meia-atacante, posição diferente da que ocupou neste terça, a pedido de Mourinho.
Ele pediu para acompanhar o lateral. Joguei praticamente de lateral. Faço isso com maior prazer", revelou Willian à ESPN Brasil após a partida.
Mou x Felipão
É claro que jogando a sua vida na Liga dos Campeões seria absurdo supor que Mourinho perderia seu tempo pensando em Felipão, em mostrar como pode tirar mais de seus jogadores que o brasileiro. Isso, realmente, não deve ter passado pela cabeça do português. Mas é fato também que um encontro da dupla para trocar ideias sobre seus atletas é algo impensável.
Desde a passagem de Scolari por Portugal, os dois técnicos estão longe de serem amigos. Tudo começou quando Felipão sacou Vítor Baia da seleção lusa e foi criticado por Mourinho, que, na época, era o chefe do goleiro no Porto.
As declarações irritaram o brasileiro e, desde então, os dois não falam a mesma língua. A última troca de farpas pública entre os dois foi no ano passado. Após Mourinho dizer que Neymar se jogava demais no chão, Felipão respondeu.
"É absurda a campanha de Mourinho contra Neymar. Sabe que mais tarde ou mais cedo o Chelsea pode jogar com o Barcelona e está a colocar os adeptos, a imprensa e os árbitros contra Neymar. Isso é decepcionante", afirmou o brasileiro ao jornal britânico "The Guardian".
Eles jogando diante da torcida deles, estão bem no campeonato. Foi importante termos na cabeça como assimilar o que o professor pediu. Saímos com um bom resultado. Mas o jogo começa 0 a 0, comemorando retranca em Madri
X Foi um jogo perigoso, de risco, mas eles suportaram muito bem esse tipo de jogo, essa mentalidade de defender. Em Londres, eles vão sair mais para o jogo e vamos tentar surpreender, confiante de que o Chelsea vai abrir a defesa
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