Comitê cobra divulgação de salários e limite para mandatos na Fifa
Do UOL, em São Paulo
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AP/Keystone/Walter Bieri
Blatter, presidente da Fifa, ao lado de Mark Pieth, advogado independente que desafiou o cartola a revelar seu salário
Criado em 2011 pela Fifa, após a divulgação de casos de corrupção na entidade, o Comitê Independente de Governabilidade (IGC, sigla em inglês) divulgou nesta quarta-feira seu relatório final. A avaliação do órgão é que houve avanço da entidade na reforma proposta para melhorar a governabilidade e o combate a irregularidades. Porém, o IGC aponta que três medidas ainda não tomadas pela Fifa deveriam entrar em vigor: limite para duração de mandatos, publicação da remuneração dos dirigentes e a inclusão de membros independentes no Comitê Executivo da entidade.
"Na área de transparência e a responsabilização devem dar-se uns passos a mais. Ampliar as responsabilidades da Comissão da Auditoria e Conformidade para incluir a remuneração de altos cargos e os servidores é um primeiro passo importante; sem embargo, para aumentar a transparência e a confiança pública, a publicação dos honorários dos cargos mais importantes é um passo necessário. Isso mostra que a reforma não está terminada", diz o relatório do comitê.
O grupo, liderado pelo suíço Mark Pieth, defende também que deveria haver um representante independente nas reuniões das comissões e do Comitê Executivo da Fifa, onde são tomas as decisões mais importantes da entidade. Em documento, o jurista afirma que "certos membros do Comitê Executivo não se comprometem suficientemente com a mudança e consideram que as reformas aplicadas não são necessárias".
Outro ponto levantado pelo órgão é que deve haver um limite permanência de dirigentes no poder. O atual presidente, Joseph Blatter, está no cargo desde 1998.
"O IGC enfatiza que a limitação da duração de mandatos era um componente chave da boa governabilidade. Essa medida não deveria se limitar a cargos específicos (por exemplo, o presidente)", diz o relatório.
As recomendações serão analisadas na próxima reunião do Comitê Executivo da Fifa, que acontecerá no Brasil, em junho, antes da Copa do Mundo.
O Comitê Independente de Governabilidade foi criado após denúncias de casos de corrupção na eleição das sedes das Copa de 2018, na Rússia, e 2022, no Qatar. Mohamed bin Hammam, ex-presidente da Confederação Asiática de Futebol, e Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa, foram expulsos da entidade por envolvimento com o caso.