Ameaça de paralisação pode atrasar ainda mais a Arena da Baixada

Bruno Thadeu e José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

Estádio dos mais atrasados dos 12 que vão sediar a Copa do Mundo de 2014, a Arena da Baixada, em Curitiba, ganhou mais um problema esta semana.  Trabalhadores ameaçam paralisar de vez a obra caso não recebam salário atrasado que deveria ter sido depositado no dia 4. Houve um protesto e paralisação momentânea nesta quinta, mas os operários voltaram com a condição de que o pagamento caia nesta tarde. Caso contrário, vão parar de vez.

 O impasse tem de ser resolvido nesta tarde. Gestor da obra, o Atlético-PR, por meio de sua assessoria de comunicação, confirmou que alguns funcionários pararam de trabalhar, mas não quis dar maiores informações sobre o pagamento. O clube vai finalizar a obra com dinheiro da Fomento Paraná, uma espécie de BNDES local.

Responsável pelo financiamento do estádio, a instituição informou à reportagem que os repasses estão foram feitos ao clube, o último deles de R$ 65 milhões.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Construção Civil de Curitiba, Domingos Oliveira Davide, um dos responsáveis pela negociação dos trabalhadores com o clube paranaense, apoia a paralisação se o impasse não for resolvido nas ainda nesta quinta.

"Falei com a administração do clube e disse que se derem a confiança de que até o final da tarde tudo será pago, eles voltam a trabalhar. Os funcionários perderam a motivação por não receberem", falou ao UOL Esporte.

"A única reivindicação é o pagamento de salário que está atrasado. O pessoal de Curitiba tem trabalhadores mobilizados. A proposta foi feita, e caso não caia o dinheiro, se preparem que eles vão parar a obra mesmo", continuou.

A Arena da Baixada deve ser entregue no dia 15 de maio, menos de 30 dias da estreia do Mundial. O atraso preocupou a Fifa, que precisou se pronunciar oficialmente dizendo que Curitiba seria mantida entre as sedes. A Copa começa no dia 12 de junho, com jogo em São Paulo.

O custo final da obra foi de R$ 330 milhões, com 78% de aumento em relação ao orçamento original (começou em R$ 185 milhões). O estádio do Atlético foi reconstruído graças a facilidades dadas pelo governo federal, com créditos acessíveis, e pelo estado do Paraná, que salvou a operação ao liberar o último empréstimo, de R$ 65 milhões.

Um dos motivos que levou a Fifa a ameaçar a cidade com a possível eliminação da Copa foi justamente a falta de garantias financeiras do Atlético-PR. 
 

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