Um dia após ter dito a um jornalista da TV ESPN que o destino que terá a Arena Amazônia após a Copa "não é problema da imprensa do sul" (sic), o governador do Amazonas, Omar Aziz afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá mais falar sobre o assunto com os jornalistas. A declaração do governador gerou protestos acalorados de torcedores nas redes sociais.

No último domingo, em entrevista concedida durante a inauguração da Arena Amazônia, o governador foi questionado por um repórter da ESPN (rede internacional de televisão, cuja sede da unidade brasileira fica em São Paulo, Estado da região Sudeste do país) sobre o que seria feito do estádio construído em Manaus pelo poder público a um custo de R$ 604 milhões, R$ 89 milhões a mais do que a previsão inicial.

Sua resposta foi: "Isso é problema nosso, não é de vocês. Isso é problema do povo amazonense, não é teu. Não é problema da imprensa do sul (sic). É nosso o problema, deixa com a gente. Se nós tivemos competência para construir uma arena desse porte (...) nós teremos competência para dar um legado. E você acha um legado o Maracanã botar 300 pessoas para assistir a um jogo?".

A pergunta do jornalista da ESPN é motivada pelo fato de, em outubro do ano passado, dirigentes dos clubes de futebol do Estado terem chegado à conclusão de que será impossível mandar os jogos do Campeonato Amazonense na nova arena sem ter prejuízo. É que a média de público do torneio no ano passado foi de 807 pagantes por jogo. Assim, as rendas geradas pelas partidas do campeonato não pagariam sequer os custos de uso do equipamento, que tem capacidade para 44 mil torcedores.

Como o próprio governo amazonense calcula que o custo de manutenção do estádio será de R$ 500 mil por mês, o repórter da ESPN julgou pertinente questionar sobre os planos do governador para manter a arena, que de resto contou com empréstimo subsidiado do governo federal de R$ 400 milhões para ser erguida.

A assessoria de imprensa do governador Omar Aziz afirmou ao UOL Esporte que não irá responder a nenhuma pergunta sobre o assunto.