Dilma faz as pazes com Blatter e promete arenas prontas: "Obra é simples"

Do UOL, em São Paulo

A presidente Dilma Rousseff prometeu que todos os estádios previstos para a Copa do Mundo 2014 estarão prontos dentro do prazo. A declaração foi dada nesta quinta-feira, 23, após encontro com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em Zurique, na Suíça.

Após a reunião, Dilma e Blatter fizeram uma declaração conjunta, sem citar os problemas nos estádios. Os dois se comprometeram a ter uma Copa que luta contra o racismo, a favor da paz nos estádios e com incentivos ao futebol feminino.

A ideia era que Dilma e Blatter não respondessem a perguntas da imprensa, mas a presidente pegou o microfone após ser perguntada insistentemente sobre a situação da Arena da Baixada, em Curitiba, cujo atraso na obra foi criticado pela Fifa durante a semana.

"Os estádios são obras relativamente simples. O governo fará todo empenho para fazer a Copa das Copas, isso inclui estádios, aeroportos, portos, tudo o que for necessário para que seja o país que receba todos aqueles que vão nos visitar", afirmou a presidente. "Podem vir ao Brasil. Vocês serão recebidos de braços abertos"

Blatter evitou críticas quando teve a oportunidade de falar. "O Brasil vai organizar uma grande Copa do Mundo. Ainda nos restam alguns meses e, se for preciso alguns retoques em alguma parte, nós o faremos", declarou o dirigente da Fifa.

Em sua conta no twitter, Blatter afirmou que dividiu muitas opiniões com a presidente brasileira. Uma delas, segundo o dirigente, seria "usar o legado de Nelson Mandela para promover a paz por meio do esporte."

Rusgas ficam no passado

Acompanhada do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, a presidente Dilma Rousseff chegou à sede da Fifa, em Zurique, por volta das 12h30 (horário de Brasília) desta quinta-feira, 23. Dilma e Rebelo foram recebidos por Blatter na porta da entidade. O presidente da Fifa mostrou à chefe de Estado do Brasil as bolas que foram usadas em todas as Copas, inclusive a Brazuca, que será utilizada no Brasil. Dilma, em retribuição, presenteou Blatter com moedas comemorativas da Copa do Mundo cunhadas pelo Banco Central.

Um dos objetivos do encontro com Joseph Blatter era mostrar que o governo do Brasil e a direção da entidade máxima do futebol têm um discurso afinado sobre a Copa do Mundo e estão comprometidos com o sucesso do evento. Embora o encontro tenha sido tratado oficialmente como visita de cortesia, a imprensa internacional especulou que a Fifa estaria preocupada com a segurança e a ocorrência de protestos, como aconteceu na Copa das Confederações, em 2013.

As diferenças entre Dilma e Blatter ficaram em evidência no início do ano, após trocas de farpas nas redes sociais. O dirigente disse a um jornal suíço que o Mundial do Brasil era o mais atrasado desde a sua chegada à entidade e que as obras incompletas nos estádios e na infraestrutura preocupavam. Dilma respondeu via Twitter, afirmando que os brasileiros confiavam no cumprimento dos prazos e que o País faria a "Copa das Copas". Blatter, então, mudou o discurso e disse acreditar no sucesso da competição no Brasil.

Outro atrito entre a entidade e o país sede do evento aconteceu ao longo da semana, durante a visita do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que deu um ultimato a Curitiba. Valcke disse que se a obra da Arena da Baixada não mostrasse avanços significativos até 18 de fevereiro, a cidade poderia ser excluída da Copa. Ao inaugurar a Arena das Dunas, nesta quarta-feira, 22, Dilma disse que acredita que Curitiba cumprirá o prazo.

Ao longo dos últimos três anos, Dilma evitou encontros fechados com Blatter. A visita desta quinta-feira foi a primeira da mandatária à sede da entidade. De Zurique, Dilma segue para Davos. Nesta sexta-feira, a presidente fará um discurso no Fórum Econômico Mundial e participará de encontros com líderes empresariais e jornalistas internacionais.

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