Franceses repassam mau humor e depressão ao futebol e duvidam de ida à Copa

Do UOL, em São Paulo

Característica impregnada no francês, o pessimismo parece fazer sentido neste momento na vida local. Em crise política e econômica, o país, fã de futebol, corre sério risco de ficar fora da próxima Copa do Mundo. Nesta terça-feira, a equipe precisa reverter uma derrota de 2 a 0 contra a Ucrânia para vir ao Brasil em 2014.

Com o time que tem, com um sério candidato a melhor do mundo como Ribery e um histórico bem mais vitorioso que o rival, uma campanha por uma virada histórica, com tom ufanista e patriótico, seria algo esperado em qualquer outro país fã de futebol. Não na França.

Enquete do jornal "L'Équipe" apontou que 62% dos torcedores não acreditam na classificação dos Bleus para a Copa 2014. "Vocês não acreditam na classificação, foi a manchete do diário esportivo. Os leitores citaram diversos fatores para justificar tamanho desânimo: manutenção da base que fracassou e deu vexame na Copa 2010, falta de vontade, problemas ofensivos e péssima fase de Benzema. Pesquisa do "Le Parisien" teve resultado ainda mais pessimista: 83,6% dos leitores não acreditam em uma virada.

Tirando os olhos da bola, o francês também encontra outros motivos para bufar e esperar pelo pior. O desemprego no país atingiu o pior índice em 14 anos, chegando a 10,5% da população ativa na França - cerca de 3,28 milhões de pessoas.

No posto de presidente há um ano e meio, François Hollande empolga tão pouco quanto a equipe de Didier Deschamps. O socialista conta com aprovação de apenas 21% dos eleitores.

E como costuma acontecer na França, tudo vira tema para a política. A presidente da Front National (Frente Nacional, partido de extrema-direita), Marine Le Pen, por exemplo, disse que "os maus resultados da seleção francesa estão ligados ao ultraliberalismo".

"Uma equipe não pode ser apenas estimulada pelo lucro e pelo ego dos indivíduos que a compõem. Hoje em dia, há uma enorme ruptura entre a população  francesa e a seleção. A seleção é uma espécie de quadrilha de rapazes rebeldes mal-educados que não têm qualquer orgulho nacional e só representam a França  pelo dinheiro", afirmou Le Pen à rádio Classique.

Quase impossível
Nem mesmo ex-colegas de Deschamps na seleção, demonstraram otimismo com uma remontada. "Se a França passar e se classificar para a Copa do Mundo, será um milagre. Fazer três gols na Ucrânia será muito difícil", afirmou Youri Djorkaeff, que assim como o atual técnico é um dos ícones da geração de 98.

"Eu não me faço esta pergunta (se há motivos para acreditar nos jogadores)", afirmou Deschamps após a derrota que trouxe descrença aos franceses. "Para que eles acreditem neles mesmos, o primeiro que deve acreditar sou eu", explicou.

"Falta um jogo no Stade de France. Sabemos que será difícil, mas não podemos abaixar os braços. Não é impossível. No papel, sabemos que somos melhores do que eles", contesta Benzema, um dos mais criticados da atual seleção.

O problema é que no papel, o feito sonhado pelos jogadores, realmente, parece não ser nada fácil. Há dois anos e meio e 28 jogos, a Ucrânia não perde por mais de um gol de diferença.

RONALDO QUER MANTER VANTAGEM SOBRE IBRA PARA IR À COPA

  • Após uma vitória simples no primeiro jogo, Portugal encarra a Suécia, nesta terça, às 17h45, em Estocolmo, em mais um duelo dos craques Cristiano Ronaldo e Ibrahimovi?. "Queremos ter a bola, dominar, marcar. Seremos uma equipa agressiva, tanto a defender como a atacar", definiu o técnico português Paulo Bento.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos