De olho no cofre

Obras ainda não atingiram metade do previsto em seis aeroportos da Copa

Tiago Dantas

Do UOL, em São Paulo

Os aeroportos brasileiros são frequentemente apontados como um dos maiores problemas que o País tem que enfrentar para organizar uma Copa do Mundo bem sucedida ano que vem. O governo planejou, em 2011, uma série de melhorias para as 12 cidades-sede. Em seis aeroportos, porém, nem metade das obras de ampliação de terminais foi feita.

Apesar da baixa execução dos serviços, a Infraero garante que todas as reformas estarão concluídas até junho do ano que vem, quando cerca de 600 mil turistas estrangeiros devem desembarcar no País, segundo a Embratur. Ano passado, 472 mil estrangeiros visitaram o Brasil, em média, a cada mês – foram 5,6 milhões no ano, também de acordo com a Embratur.

Em duas cidades, as obras só devem terminar em 2015. As intervenções planejadas para os terminais de Porto Alegre e Fortaleza foram divididas em duas etapas. Apenas a primeira parte ficará pronta a tempo da Copa. "A conclusão da primeira etapa permitirá que esses aeroportos estejam aptos para atender a demanda prevista para o evento esportivo", segundo a Infraero.

O levantamento do andamento das obras foi feito pela Infraero. A situação mais preocupante é a de Porto Alegre, onde as obras de reforma e ampliação do terminal de passageiros começou em setembro deste ano – embora, na Matriz de Responsabilidades, o início da reforma estivesse previsto para começar dois anos antes.

Em Curitiba, a obra avançou 8,46% até agora. A construção começou em maio deste ano e deve ficar pronta em maio do ano que vem. Já em Salvador, onde as obras começaram em janeiro de 2013, os serviços atingiram 20%. A ampliação do terminal deve estar pronta até o início de 2014, ainda segundo a Infraero.

A reforma do terminal de Fortaleza, iniciada em junho de 2012, chegou a 24,81% do total e deve ser entregue em março. Parte do atraso se deve a uma greve de operários e à demora na entrega do projeto executivo, segundo a Infraero.

Também apresentam baixa execução de obra Minas Gerais (33,17%), Cuiabá (34,43%) e Rio de Janeiro (35,7%). As obras mais adiantadas são as de Natal (78,31%) e Manaus (70,96%), que devem ficar prontas em novembro deste ano e março do ano que vem, respectivamente. 

A maior parte das obras previstas pela Infraero envolve ampliação dos terminais de passageiros, readequação de pistas de pouso e reforma do viário que dá acesso aos aeroportos. Especialistas ouvidos pelo UOL Esporte lembram que há mais dois pontos que devem ser levados em consideração: a aviação comercial e o espaço para estacionamento de aeronaves.

"Os terminais de passageiros não devem ser problema para a Copa. A minha preocupação é com o espaço para as aeronaves nos pátios, a definição das posições e das áreas para manobra. Essa grade pode e deve ser preparada com antecedência", afirma o professor de engenharia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Respício Espírito Santo, especialista em aviação civil.

A programação das posições das aeronaves deve levar em conta o incremento no movimento de aviões de pequeno porte e a exigência feita pela Fifa de fechar o espaço aéreo em um raio de um quilômetro dos estádios durante os jogos. Manaus, por exemplo, tem um aeródromo que fica dentro do perímetro da Arena Amazonas.

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