Muitas viagens de avião, aeroportos abarrotados de pessoas e rápidas mudanças de temperatura. Estes fatores, aos olhos de Fabio Capello, técnico da seleção russa, vão causar sérios problemas nas finais da Copa do Mundo no Brasil em 2014.

"Eu prevejo muitos problemas. Problemas com o transporte e para jogar em diferentes condições", disse Capello. "Você vai ter que viajar muito", analisa.

No próximo ano, o Brasil será o quinto país a sediar a Copa do Mundo pela segunda vez depois de 64 anos – quando a seleção perdeu a final para o Uruguai, no Maracanã. Na lista também estão México, Itália, França e Alemanha.

Além da mobilidade, o técnico russo também reclamou das condições climáticas do país. "É frio no sul e muito quente no norte", comenta. "Eu não sei como eles decidem que você pode jogar no norte e depois no sul em um pequeno intervalo de tempo."

Em setembro deste ano, a união mundial de jogadores (FifPro) declarou que o sofrimento com o clima do país já aconteceu durante a Copa das Confederações, especialmente em Fortaleza, onde Itália e Espanha jogaram a semifinal e foram para a prorrogação.

"Eu conversei com os jogadores da Itália e da Espanha depois da semifinal e eles me disseram que era impossível jogar a prorrogação no calor. E a partida começou no final da tarde", lembra Theo van Seggelen, secretário geral da FIFPro.

Capello vê, com grande preocupação, a infraestrutura dos aeroportos. Segundo ele, os torcedores encontrarão dificuldades para viajar até os locais das partidas.  "A competição é emocionante, mas vai ser bem difícil para os fãs acompanharem. Isso porque os aeroportos não são tão grandes."

A Rússia, que não é classificada para uma Copa do Mundo desde 2002, conquistou um lugar no torneio do próximo ano após terminar no topo do Grupo F, um ponto à frente de Portugal.