A Polícia Civil irá investigar se ingressos da lista de VIP falsa ou errada de convidados do governo do Distrito Federal para a abertura da Copa das Confederações foram vendidos por funcionários do governo, responsáveis por elaborar a relação. Nesta semana, o MP-DFT (Ministério Público Federal do Distrito Federal e Territórios) entra com ação de improbidade administrativa por causa destes ingressos contra o secretário de Comunicação do governo do DF, Rudolfo Lago, o presidente da Terracap (empresa estatal do governo do DF), Abdon Henrique de Araujo, e também contra diretores da Terracap e membros do segundo escalão da Secretaria de Comunicação.

O MP começou a investigar o caso depois que o UOL Esporte revelou, em fevereiro deste ano, a compra por R$ 2,8 milhões de mil ingressos e um camarote por parte do governo do DF para a abertura da Copa das Confederações no dia 15 de junho, com a vitória do Brasil por 3 a 0 sobre o Japão no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

De acordo com o promotor Roberto Carlos Silva, da Prodep (Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social), a lista VIP de convidados do governo do DF para a vitória do Brasil sobre o Japão por 3 a 0, dia 15 de junho no estádio Mané Garrincha, em Brasília, é falsa, errada ou no mínimo desatualizada, já que traz o nome de diversas pessoas que afirmam não ter recebido os ingressos.

É o caso da procuradora-geral do DF, Eunice Carvalhido. "Me ligaram da parte do governador oferecendo ingressos para o jogo, mas eu não aceitei a cortesia", disse a procuradora-geral à reportagem sobre o episódio. "Compareci ao evento, mas a convite da Presidência da República, no camarote da Fifa", afirma. "Aparentemente eles passaram a lista inicial de convidados, e não quem foi de fato ao evento. É preciso esclarecer quem recebeu as entradas de fato", afirmou ela na ocasião. Pelo menos 16 convidados da lista ouvidos pelo UOL Esporte, por exemplo, afirmam que não receberam os ingressos.

Agora, o MP enviará o caso para a Polícia Civil com um pedido para que investigue o que de fato foi feito com as entradas de quem está na lista mas nega ter recebido a cortesia. Entre as suspeitas, existe a de que ingressos que "sobraram" chegaram a ser vendidos e distribuídos entre parentes e amigos de funcionários do governo e da Terracap.

"Poderíamos fazer esta investigação por aqui mesmo, mas acredito que a polícia tenha condições melhores de investigar o caso específico da lista, criminalmente", afirma o procurador responsável pelo caso. De acordo com ele, agora caberá à polícia ouvir os envolvidos e descobrir o que de fato aconteceu com os mil ingressos para o jogo de futebol. Se for configurada falsidade ideológica ou qualquer outro crime no caso da lista VIP, ela pode virar outra denúncia do MP para a Justiça.

Questionado pela reportagem sobre o por quê da lista divulgada não encontrar respaldo na realidade, se havia erro, qual o motivo dele, se a lista será refeita, se o governo vai cobrar de volta o valor de quem ganhou os ingressos ou se tinha qualquer coisa a explicar sobre o assunto, o governo do Distrito Federal não respondeu. "Se houver outros fatos serão devidamente apurados", encerra a resposta do governo. Na ocasião, a reportagem ainda respondeu perguntando se o governo não tinha mesmo a nada a declarar sobre a questão, mas não obteve nenhuma resposta adicional.

Na ocasião, a reportagem ainda respondeu perguntando se o governo não tinha mesmo a nada a declarar sobre a questão, mas não obteve nenhuma resposta adicional.