De olho no cofre

Após reportagem do UOL, MT faz auditoria em compra de cadeiras para estádio

Do UOL, em São Paulo

  • Edson Rodrigues/Secopa

    Arena Pantanal ainda está em construção, mas tem entrega prevista para dezembro, segundo governo

    Arena Pantanal ainda está em construção, mas tem entrega prevista para dezembro, segundo governo

O governo do Estado de Mato Grosso começou, nesta sexta-feira, uma auditoria nos contratos firmados pela Secopa-MT (Secretaria Extraordinária da Copa) com a Kango Brasil para a compra e instalação de 44,5 mil cadeiras na arquibancada da Arena Pantanal, estádio da Copa do Mundo.

O contrato está sob suspeita por prever um pagamento 2,5 vezes mais alto do que o de um serviço semelhante executado no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, conforme revelou o UOL Esporte. A auditoria foi determinada pelo governo do Estado, que designou dois técnicos para a tarefa.

O auditor-geral do Estado, José Alves, afirmou que será feito um "pente-fino" nos contratos e que um resultado deve ser divulgado até 4 de outubro. Na quinta-feira, o governo estadual já havia suspendido os pagamentos para a Kango, seguindo recomendação do Ministério Público, que está investigando o caso.

A Kango Brasil venceu a licitação para fornecer as cadeiras da Arena Pantanal ao apresentar uma proposta de R$ 19,4 milhões, o equivalente a R$ 436,8 por assento. A mesma empresa havia saído derrotada do processo licitatório para escolher a fornecedora de 72,4 mil cadeiras do Estádio Mané Garrincha.

Em Brasília, a Kango Brasil deu um lance de R$ 12,7 milhões, com preço unitário de R$ 175. Isso significa que, comparando-se os valores, os assentos da Arena Pantanal ficaram 2,5 vezes mais caros do que o preço que a mesma empresa havia proposto no Mané Garrincha.

Qualidade é melhor, diz governo

Em coletiva de imprensa convocada um dia após a publicação da notícia da suspeita pelo UOL Esporte, no dia 17, o titular da Secopa-MT, Maurício Guimarães, tentou explicar o preço mais alto das cadeiras. Segundo ele, os assentos comprados por Mato Grosso são de qualidade superior aos adquiridos pelo Governo do Distrito Federal e, por isso, são mais caros.

A explicação não convenceu o Ministério Público, que abriu investigação esta semana. De acordo com a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Mato Grosso, há indícios de que o valor que a Secopa pretende pagar pelas cadeiras "não confere com a realidade".

O valor não é o único problema. Pelo contrato original, a maioria das cadeiras deveria ser entregue até o dia 9 de janeiro de 2014. Um lote minoritário, porém, tem prazo de entrega para 2015, conforme também revelou o UOL Esporte.

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